Tuesday, November 5, 2024

24 - A espiral da realidade

 

24 - A espiral da realidade

 

Desenho

   

        Esta espiral descreve o processo de conhecimento da realidade, mais especificamente o modo como as coisas reais se inter-relacionam. Digamos pois, que o mundo real seja composto por infindáveis feixes, que partem de um centro, este que representa o primeiro passo. Nós somos naturalmente dotados dos 5 níveis de conhecimento da realidade; Começamos então num ponto central, e vamos entrando em contato com cada realidade que a vida proporciona, ao mesmo tempo que apuramos nossas características pessoais de níveis de conhecimento da realidade, aliás, o grande segredo está neste fato, pois o conhecimento mais complexo do mundo é inerente ao próprio sujeito, e não ao mundo.

      A espiral representa um meio interessante para explicar este desenvolvimento, porque há somente uma linha que a compõe, ou seja: Falamos aqui à respeito de “um desenvolvimento” e não do desenvolvimento separado de cada realidade ( por exemplo: da musicalidade e do trabalho ) Na espiral há portanto uma explicação bastante apreciável da relação de uma realidade com a outra.

      Na medida em que o ser se humaniza, e sai do centro da espiral, considera-se que quanto mais se afasta do centro maior fica o círculo, e maior fica o espaço de cada realidade ( que forma um pedaço de “pizza” ) Quando ocorre este aumento diz-se que a experiência fica mais intensa, talvez por isto tenha a tendência em ser também mais duradoura.

      Na espiral encontramos dois pontos ( A e B ). O ponto A está mais próximo do centro quando comparado com o B, por isto é de maior simplicidade, no que se refere aos 5 níveis de conhecimento da realidade, não obstante nota-se que tendo o ponto A percorrido o círculo até chegar ao B houve um afastamento do centro do círculo, que traduz um desenvolvimento do indivíduo. Quando porventura este ponto adentra-se no âmbito da musicalidade já estará num nível de maior complexidade, mesmo que não tenha desenvolvido esta medida dentro da área da própria musicalidade, mas sim dentro de si próprio, pois as potencialidades perceptivas estão dentro do ser humano e não no mundo.

      Não precisamos vivenciar uma determinada realidade para desenvolve-la porque o desenvolvimento está em nós e não na realidade. Um bom matemático pode ser um bom músico, basta codificar suas capacidades matemáticas ao conhecimento harmônico, rítmico, melódico, estético e filosófico da música e da composição musical. Um bom ator pode ser um bom recreador apenas adaptando sua capacidade sentimental e interpretativa.

      Quando em nossas vidas paramos por um tempo determinada atividade, retomando-a num dado momento, percebe-se que nossa interpretação daquela mesma realidade será mais complexa. Isto é bastante evidente quando entendemos que a formação de um atleta deve dar-se num campo integral de vivências. Melhor seria colocar que a formação atlética é apenas uma das vertentes que formam um ser humano.

      Há uma tendência de se colocar esteriótipos específicos nas pessoas: - Aquele ali é intelectual, este outro é atleta. – E assim por diante, num processo errôneo já que todos somos integrais. ( Ao menos em potencial. )

      O que explica um atleta ter uma melhor performance quando está se ocupando de outras atividades que não são o treino? Daremos margem ao desenvolvimento de uma nova visão de treinamento de um atleta corredor, discussão esta que pode se aplicar perfeitamente à qualquer outra modalidade ou situação da vida...

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