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- A espiral da realidade
Desenho
Esta espiral
descreve o processo de conhecimento da realidade, mais especificamente o modo
como as coisas reais se inter-relacionam. Digamos pois, que o mundo real seja
composto por infindáveis feixes, que partem de um centro, este que representa o
primeiro passo. Nós somos naturalmente dotados dos 5 níveis de conhecimento da
realidade; Começamos então num ponto central, e vamos entrando em contato com
cada realidade que a vida proporciona, ao mesmo tempo que apuramos nossas
características pessoais de níveis de conhecimento da realidade, aliás, o
grande segredo está neste fato, pois o conhecimento mais complexo do mundo é
inerente ao próprio sujeito, e não ao mundo.
A espiral
representa um meio interessante para explicar este desenvolvimento, porque há
somente uma linha que a compõe, ou seja: Falamos aqui à respeito de “um
desenvolvimento” e não do desenvolvimento separado de cada realidade ( por
exemplo: da musicalidade e do trabalho ) Na espiral há portanto uma explicação
bastante apreciável da relação de uma realidade com a outra.
Na medida em
que o ser se humaniza, e sai do centro da espiral, considera-se que quanto mais
se afasta do centro maior fica o círculo, e maior fica o espaço de cada
realidade ( que forma um pedaço de “pizza” ) Quando ocorre este aumento diz-se
que a experiência fica mais intensa, talvez por isto tenha a tendência em ser
também mais duradoura.
Na espiral
encontramos dois pontos ( A e B ). O ponto A está mais próximo do centro quando
comparado com o B, por isto é de maior simplicidade, no que se refere aos 5
níveis de conhecimento da realidade, não obstante nota-se que tendo o ponto A
percorrido o círculo até chegar ao B houve um afastamento do centro do círculo,
que traduz um desenvolvimento do indivíduo. Quando porventura este ponto
adentra-se no âmbito da musicalidade já estará num nível de maior complexidade,
mesmo que não tenha desenvolvido esta medida dentro da área da própria
musicalidade, mas sim dentro de si próprio, pois as potencialidades
perceptivas estão dentro do ser humano e não no mundo.
Não precisamos
vivenciar uma determinada realidade para desenvolve-la porque o desenvolvimento
está em nós e não na realidade. Um bom matemático pode ser um bom músico, basta
codificar suas capacidades matemáticas ao conhecimento harmônico, rítmico,
melódico, estético e filosófico da música e da composição musical. Um bom ator
pode ser um bom recreador apenas adaptando sua capacidade sentimental e
interpretativa.
Quando em
nossas vidas paramos por um tempo determinada atividade, retomando-a num dado
momento, percebe-se que nossa interpretação daquela mesma realidade será mais
complexa. Isto é bastante evidente quando entendemos que a formação de um
atleta deve dar-se num campo integral de vivências. Melhor seria colocar que a
formação atlética é apenas uma das vertentes que formam um ser humano.
Há uma
tendência de se colocar esteriótipos específicos nas pessoas: - Aquele ali é
intelectual, este outro é atleta. – E assim por diante, num processo errôneo já
que todos somos integrais. ( Ao menos em potencial. )
O que explica
um atleta ter uma melhor performance quando está se ocupando de outras
atividades que não são o treino? Daremos margem ao desenvolvimento de uma nova
visão de treinamento de um atleta corredor, discussão esta que pode se aplicar
perfeitamente à qualquer outra modalidade ou situação da vida...
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