Saturday, November 2, 2024

6 - Metáfora do fogo

 

6 - Metáfora do fogo

      Esta metáfora está posta no intento de explicar ou melhorar o entendimento de como um “aprendiz”faz para mudar seu estado de estagnação e tornar-se paulatinamente um sensitivo, adquirindo uma visão distinta da realidade. Imaginemos que o fogo possa ter diferentes colorações ( ainda que tenha algumas ): amarelo, vermelho, azul, rosa, verde e marrom. Nesta metáfora a cor do fogo  representa ou uma intuição ou um sentimento. Por isto as cores são variadas, o fogo representa a própria vontade. Se houver intuição e faltar vontade a mudança no psiquismo não ocorre. Se houver vontade e faltar intuição também morre o fogo. Temos assim que fogo sem cor não perdura, e a cor sem o fogo não cria o objeto real que é o fogo queimando.

 

INTUIÇÃO SENTIMENTOS CRIATIVIDADE = CRIATIVIDADE

 

VONTADE = Fogo

 

      Este fogo pode queimar tanto cores novas que surgiram pela intuição, sentimentos, criatividade como cores que já há muito tempo vêm sendo queimadas. É como dizer que há muito tempo uma pessoa cultiva determinados hábitos.

      Creio que uma das coisas mais difíceis nas pessoas seja a mudança de hábitos que nelas estão incrustados como crustáceos na pedra. É muito bom dizer: - Tive um sentimento novo, que me motivou a fazer isto, algo despertou em min induzindo a mudar minha conduta.

      Lapsos de criatividade são o que nos induz a mudar, a partir do momento que mudamos passamos a conhecer as realidades diferentes e por vezes conhecer as mesmas realidades de antes de maneiras distintas, tornando o entendimento da realidade mais complexo pois estaremos interpretando a realidade utilizando uma ferramenta ( o pensamento ) que agora se tornou maior e mais completa.

      É aí que pensamos que o mundo mudou, quando na realidade o que mudou foi nossa mente, deste modo o mundo é só de um jeito o que muda é apenas a interpretação que dele fazemos, mais especificadamente a ferramenta que dispomos para entendê-lo.

      Numa analogia simples eu lhe dou uma TV sem controle remoto, somente com botões de volume e canal, você entenderá a realidade daquele aparelho até determinado ponto, quando eu lhe entregar o controle remoto com botões adicionais como: “timer”, contraste, cor, brilho e vídeo você poderá até ficar extasiado por ter em mãos uma ferramenta mais complexa, que permite conhecer de maneira diversa a mesma realidade: a televisão.

      Assim é a realidade, no entanto a ferramenta que dispomos para entendê-la não é um controle remoto senão o cérebro, que pode ou não, conforme o surgimento de mudanças da psique ( descrito pela metáfora do fogo ), se desenvolver e evoluir. Assim como na TV a realidade irá mudar ( Não só a ferramenta )

      Assim, se o indivíduo através da criação de novos hábitos, idéias, conhecimentos e sentimentos muda sua constituição psíquica estará mudando a realidade que o circunda. Se bem que a palavra “mudando” pode soar estranha se pensarmos que a realidade é só uma e que nunca muda, o que muda é o modo de entendê-la, mesmo antes que você tivesse o controle remoto da televisão já existiam os recursos de contraste, brilho, “timer” e video. Era somente você que não tinha a possibilidade de acessar estes recursos. Assim da realidade da TV é uma, não obstante cada um a conhece de maneira diferente. A realidade essencial está posicionada em um patamar específico, cada pessoa, conforme o nível de “aprendiz” ou “sensitivo”, à conhece num grau específico:

  Aprendiz

 ( Aquisição de experiências novas )

REALIDADE – 1

REALIDADE 2 ( 1 )

REALIDADE 3 ( 1,2 )

REALIDADE 4 ( 1,2,3 )

REALIDADE 5 ( 1,2,3,4 )

Sensitivo

 

 

      Sempre os graus de conhecimento da realidade ( capacidades perceptivas e interpretativas da realidade ) que estão acima conseguem entender aqueles que estão abaixo, entendem de maneira mais complexa a mesma realidade do sujeito que vivencia uma realidade inferior, vamos supor: a realidade 2 abarca a realidade 1 em si com a diferença de que a entende de maneira mais complexa.

      A realidade essencial é a única realidade existente, é a única verdadeira, as outras são por isto ilusórias. Se não são ilusórias podemos ao menos dizer que são incompletas pois se o indivíduo não têm um controle remoto, nem uma televisão de última geração isto não que dizer que ele não conheça a realidade da transmissão televisiva e de suas potencialidades, mas simplesmente que ele a conhece parcialmente, é por isto também que podemos dizer que as realidades superiores incluem as inferiores, do contrário as inferiores seriam ilusão. O que pode representar ilusão não é o objeto com o qual se trava relação mas sim a interpretação deste objeto.

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