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- Metáfora do fogo
Esta metáfora
está posta no intento de explicar ou melhorar o entendimento de como um
“aprendiz”faz para mudar seu estado de estagnação e tornar-se paulatinamente um
sensitivo, adquirindo uma visão distinta da realidade. Imaginemos que o fogo
possa ter diferentes colorações ( ainda que tenha algumas ): amarelo, vermelho,
azul, rosa, verde e marrom. Nesta metáfora a cor do fogo representa ou uma intuição ou um sentimento.
Por isto as cores são variadas, o fogo representa a própria vontade. Se
houver intuição e faltar vontade a mudança no psiquismo não ocorre. Se houver
vontade e faltar intuição também morre o fogo. Temos assim que fogo sem cor não
perdura, e a cor sem o fogo não cria o objeto real que é o fogo queimando.
INTUIÇÃO SENTIMENTOS CRIATIVIDADE = CRIATIVIDADE
VONTADE = Fogo
Este fogo pode
queimar tanto cores novas que surgiram pela intuição, sentimentos, criatividade
como cores que já há muito tempo vêm sendo queimadas. É como dizer que há muito
tempo uma pessoa cultiva determinados hábitos.
Creio que uma
das coisas mais difíceis nas pessoas seja a mudança de hábitos que nelas estão
incrustados como crustáceos na pedra. É muito bom dizer: - Tive um sentimento
novo, que me motivou a fazer isto, algo despertou em min induzindo a mudar
minha conduta.
Lapsos de
criatividade são o que nos induz a mudar, a partir do momento que mudamos
passamos a conhecer as realidades diferentes e por vezes conhecer as mesmas
realidades de antes de maneiras distintas, tornando o entendimento da realidade
mais complexo pois estaremos interpretando a realidade utilizando uma ferramenta
( o pensamento ) que agora se tornou maior e mais completa.
É aí que
pensamos que o mundo mudou, quando na realidade o que mudou foi nossa mente,
deste modo o mundo é só de um jeito o que muda é apenas a interpretação que
dele fazemos, mais especificadamente a ferramenta que dispomos para entendê-lo.
Numa analogia
simples eu lhe dou uma TV sem controle remoto, somente com botões de volume e
canal, você entenderá a realidade daquele aparelho até determinado ponto,
quando eu lhe entregar o controle remoto com botões adicionais como: “timer”,
contraste, cor, brilho e vídeo você poderá até ficar extasiado por ter em mãos
uma ferramenta mais complexa, que permite conhecer de maneira diversa a mesma
realidade: a televisão.
Assim é a
realidade, no entanto a ferramenta que dispomos para entendê-la não é um
controle remoto senão o cérebro, que pode ou não, conforme o surgimento de
mudanças da psique ( descrito pela metáfora do fogo ), se desenvolver e
evoluir. Assim como na TV a realidade irá mudar ( Não só a ferramenta )
Assim, se o
indivíduo através da criação de novos hábitos, idéias, conhecimentos e
sentimentos muda sua constituição psíquica estará mudando a realidade que o
circunda. Se bem que a palavra “mudando” pode soar estranha se pensarmos que a
realidade é só uma e que nunca muda, o que muda é o modo de entendê-la, mesmo
antes que você tivesse o controle remoto da televisão já existiam os recursos
de contraste, brilho, “timer” e video. Era somente você que não tinha a
possibilidade de acessar estes recursos. Assim da realidade da TV é uma, não
obstante cada um a conhece de maneira diferente. A realidade essencial está
posicionada em um patamar específico, cada pessoa, conforme o nível de
“aprendiz” ou “sensitivo”, à conhece num grau específico:
Aprendiz
(
Aquisição de experiências novas )
REALIDADE – 1
REALIDADE 2 ( 1 )
REALIDADE 3 ( 1,2 )
REALIDADE 4 ( 1,2,3 )
REALIDADE 5 ( 1,2,3,4 )
Sensitivo
Sempre os
graus de conhecimento da realidade ( capacidades perceptivas e interpretativas
da realidade ) que estão acima conseguem entender aqueles que estão abaixo,
entendem de maneira mais complexa a mesma realidade do sujeito que vivencia uma
realidade inferior, vamos supor: a realidade 2 abarca a realidade 1 em si com a
diferença de que a entende de maneira mais complexa.
A realidade
essencial é a única realidade existente, é a única verdadeira, as outras são
por isto ilusórias. Se não são ilusórias podemos ao menos dizer que são
incompletas pois se o indivíduo não têm um controle remoto, nem uma televisão
de última geração isto não que dizer que ele não conheça a realidade da
transmissão televisiva e de suas potencialidades, mas simplesmente que ele a
conhece parcialmente, é por isto também que podemos dizer que as realidades
superiores incluem as inferiores, do contrário as inferiores seriam ilusão. O
que pode representar ilusão não é o objeto com o qual se trava relação mas sim
a interpretação deste objeto.
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