37 - FILOSOFIA DA
INTERPRETAÇÃO DO MUNDO
A – QUAL A SOCIEDADE IDEAL? ACAMPAMENTO E ÍNDIOS
O acampamento
é a situação que melhor supre as necessidades humanas, porque têm um sentido
moral e ideológico completo. Há um princípio, meio e fim. Objetivos a longo
prazo bem delineados. Uma convivência em grupo próxima e um íntimo contato com
a natureza.
É com pudor
que notamos o caminho pelo qual passa a sociedade, digo isto relacionando com
uma falta de seriedade e pelo desmoronamento dos valores humanos. Pessoas vivem
dentro de suas realidades podadas, casas fechadas, trancafiadas à sete chaves
são mentes fechadas. Os índios são um exemplo de sociedade ideal, moralmente e
socialmente muito mais evoluídos. Os acampamentos em geral são vistos como
modalidades direcionadas às crianças e adolescentes, entretanto é certo que o
mundo seria bem melhor se todos fossem acampantes.
Na busca de
uma sociedade ideal devemos buscar o que seja de formação pessoal e formação
social
B – VALE A PENA
VIVER? PELO QUÊ?
Meus queridos
irmãos, sem sombra de dúvida nossos caminhos intelectivos, os quais até agora
percorremos, nos proporcionaram interessante material de discussão. No entanto
sobrevivem uma série de tormentos, que nos assaltam, estes que muitas vezes nos
pegam desprevenidos causando transtornos dos mais variados. É por isto que o
homem precavido, ainda que não seja perfeito, está sempre mais preparado para a
vida que os que andam por aí sem rumo ou direção.
Tendo sido
feita esta introdução geral, para a qual diversas interpretações podem ser
sugeridas, declararei que o assunto que me levou a escrever agora ou mesmo até
agora é de grande profundidade e sublimação: A própria vida! Para ser mais
específico: A graça da vida, a paixão de viver. Por quê o ser humano insiste
em viver? É por causa das situações da vida que nos proporcionam momentos de
sublime euforia, ou sublime espirituosidade. Mas como vivenciar estes naipes de
sentimentos? Primeiramente:
1 – No mundo deve haver música
2 – A vida deve ser considerada complexa
Eu,
pessoalmente, reluto em acreditar que vale a pena viver, não falo aqui, julgo
que o leitor compreenda, de alegrias superficiais, senão da mais profunda
vivência que se possa ter das coisas, das pessoas e de tudo o que te cerca.
O que buscas
na tua existência? Diga: Um caminho reto e linear, sem distorções e
superficialidades, um grande caminho onde impere uma felicidade infantiu, uma
espiritualidade completa e sincera, um viver integral, ora estas: Não será este
o caminho linear? Os momentos sublimes, simples e complexo ao mesmo tempo são
magníficas dádivas que a vida nos proporciona.
C – O HOMEM NATURAL!
Quê dizer do
ser humano quando este fugiu à sua própria essência? O desenvolvimento das
cidades nos distanciou da natureza, com isto nós mesmos esquecemos que fazemos
parte dela, efetivamente somos “homens naturais” e fazemos parte de um contexto
harmonioso dito natureza. Nadar num lago, correr descalço na grama, subir numa
árvore, se enlamear, brincar como criança na areia da praia, caminhar pela mata
à luz do sol ou luar, contemplar as belezas naturais. Tudo isto representa
fundir-se com a natureza, de tal modo que o homem encontra seu verdadeiro
local, seu ponto de equilíbrio, uma alegria silenciosa, pois definitivamente: O
homem é natural!
D – MUNDO ESPIRITUAL; A VIDA E SUA FUNDAMENTAÇÃO INICIAL:
SONHOS
QUANTOS MINUTOS?
Do seu dia de hoje você despendeu para:
Contemplar a profundidade e imensidão das estrelas?
Contemplar a magnitude das nuvens?
Emergir em pensamentos na coloração do céu?
Refastelar tua alma num ócio espiritual?
Brincar com uma criança?
Ler e refletir o evangelho de Jesus?
Orar?
Meditar?
Pensar nos problemas mais profundos de teu âmago?
Enfim: Viver de verdade!
Em toda a tua vida:
Quantos minutos você viveu?
Quantos minutos você amou?
Ao mundo ( Está Deus nesta vertente. ) à ti e aos outros.
Não é só num
momento de derrota ou dor que devemos chamar à Deus para confabular, mas sim em
todos os momentos. Deus deve ser louvado constantemente, assim como o homem
respira deve louvar à Deus e pedir com constância orientações dos mestres
espirituais, anjos e arcanjos que olham por nós e nos ajudam quanto mais nos
damos conta deles, sempre orar para que delineiem seu caminho da maneira mais
adequada, e caso necessário intervenham na permuta de teu destino. Assim com se
respira deve se orar!
Ter a
consciência de que a vida é maravilhosa, bela e misteriosa é imprescindível
para uma vivência profunda das verdades eternas.
O segredo está
em desvendar o que quer o espírito ( o seu próprio espírito ), pois nossas
sub-vontades do corpo e da razão são tão aparentes quanto o mundo em que
vivemos. Ter a consciência de estar vivendo em um mundo aparente, tudo é pois
tão pequeno diante do “mundo espiritual”, diante da transcendência quanto é um
punhado de areia diante de vasta costa marítima de um país. É pesaroso notar
como muitas vezes nos agarramos à este punhado de areia, como se representasse
tudo o que possa existir. Aquele que nota a grandeza da costa logo ri de si
mesmo, e de quão cego ou ingênuo fora até então.
Há de se ter
a “consciência espiritual” 24 horas por dia, ou seja: à todo momento, em todos
os minutos e segundos, pois o mundo não é dividido em dois ( Espiritual e
Físico ) senão é composto de uma única unidade. Caso esta consciência
espiritual se esvaia ou seja parca o indivíduo terá pouca noção da realidade.
Tão mais importante é isto quando sabemos que é o mundo espiritual a essência
de tudo, enquanto que o “mundo físico” é mero e ínfimo reflexo do espiritual.
É tarefa árdua
e difícil a aproximação ao mundo espiritual, é acúmulo do desenvolvimento
intelectual, sentimental, moral e criativo do indivíduo. Na junção de
infindável quantidade de orações, seja em pequenos trechos, escassas palavras
ou longas horas de vigília.
O quê é
júbilo? Transcendência, realização e êxtase, é um sentimento provindo de uma
tarefa cumprida, um dever executado. São aqueles poucos minutos que valem por
uma eternidade, ousaríamos dizer que são os momentos de glória, a realização de
nossos sonhos mais belos.
A vida é feita
de sonhos, o homem traça em sua existência determinadas metas ( inicialmente
irreais ), então labuta em torno disto, luta através de diversos caminhos para
atingir seu sonho. Algo que foi estipulado por uma criação mental dele, tudo
partiu de um princípio criativo pessoal.
Sem estes
sonhos ou metas a vida não teria sentido, orientação ou direcionamento. Logo
para se viver, no sentido pleno desta palavra, deve haver um sonho, uma sina.
Qual é a sua
sina? Qual é o seu sonho? Qual é o nível de importância que você coloca nesta
pretensão? É uma pretensão à curto, médio ou longo prazo? É uma ou são muitas
pretensões? O nível de importância que você coloca em seus sonhos irá
indicar o quão intensamente você se direciona num determinado caminho. Do
contrário a vida se torna um labirinto sem sentido certo, sem rumo, no qual não
sabemos o quanto deveríamos nos aplicar em cada atividade, nem qual seria, numa
visão ampla: o objetivo desta atividade, nem de que maneira esta estaria
integrada com as outras.
Os sonhos são a criação inexistente
Que nos faz viver
O suor é a atividade incessante
Movida pelos sonhos inexistentes
Somos
movidos por algo inexistente
Que do logrado passa a existir
Encontra-se assim o júbilo do êxito
É a maior ascensão da vida
São os minutos eternos
Logo deve haver outro e outro sonho
Abençoado seja aquele que muito sonha
Pois este é o que vive
E – A LEMBRANÇA E
SUA SIGNIFICAÇÃO
A vida é feita
de retornos, pois sonhos antigos podem ser retomados, quando isto ocorre têm-se
a sensação de estar nascendo novamente, e é somente no momento do
renascimento que se pode ter a consciência de quão vazia é a morte. Quando se
está morto é impossível ter a noção da profundidade do efeito da própria morte.
É evidente que falo aqui num sentido metafórico, uma alusão que pode ser
aplicada à qualquer atividade da vida.
Explicar-me-ei: O indivíduo cessa uma atividade por período prolongado,
e retorna, renasce novamente, só se dá conta da importância desta atividade
quando a pratica e não no período em que se abstêm dela.
Estamos
constantemente renascendo em determinadas atividades, nascendo em algumas
outras e morrendo em outras.
Isto porque o
viver nos proporciona muitas opções, selecionamos algumas delas, e se acaso
deixamos de desempenhar determinada atividade por período prolongado diz-se que
perdemos a noção da importância que esta atividade tinha para conosco.
Por quê isto
ocorre? Justamente porque o ser humano se preocupa demasiadamente, ou em maior
proporção com o momento presente que com o passado ou com o futuro. A unidade
de nossas vidas é encontrada com a soma de todas as vivências ( passado ), com
o presente e as pretensões ou sonhos ( Futuro ou futurização ). Assim, a
essência de uma pessoa só pode ser encontrada com a soma de passado, presente e
futuro.
A maioria das
pessoas, como dito, se preocupa com o presente, não por causa de uma vontade
própria senão por uma tendência natural do ser humano, poderíamos também dizer
que é uma fraqueza ou preguiça do espírito, já que o consciente foge à sua
completude.
O fato é que
fora dito que na ausência de determinada atividade perde-se a noção de sua
consistência e importância. Não obstante é fato de que uma rememoração, uma
lembrança profunda irá dizer o quão importante era esta atividade ou vivência.
Posso lembrar
o quão importante era a corrida para min sem estar correndo há anos e anos.
Impossível é lembrar a sensação da corrida, pois esta é provinda dos sentidos e
não do intelecto. Pode-se lembrar a importância de determinada atividade,
mas não a experiência de vivência desta atividade.
Da mesma
maneira quando criamos novas, criativas e diferentes expectativas para o
futuro, inovamos o estoque de sentidos que damos às coisas já existentes,
mudando levemente ou mais intensamente o sentido destas coisas.
Lembremo-nos
que recordar é uma experiência ativa, pois a lembrança não é uma imagem fixa
senão algo com o qual dialogamos de diferentes maneiras a cada vez que
acessamos, e temos uma perspectiva nova para com determinada lembrança a cada
vez que recorremos à ela, dela extraímos coisas diferentes a cada vez que
lembramos, por isto lembrar é vivenciar e não repassar uma fita de vídeo que
é igual toda vez que vista.
Assim temos
que tanto o passado quanto o futuro ( Perspectivas ) tratam-se de vivências.
Por isto podemos considerar estas três sub-divisões do tempo como um todo, que
pode ser denominado de “unidade da vida”.
As pessoas que
têm o hábito de rememorar, em geral chamadas de saudosistas, começam a notar o
real sentido daquilo que já foi vivido, muda-se o sentido e nota-se que durante
a vivência não se sabia exatamente o valor da vivência. É ditado popular: - Somente quando não se têm é que sabe-se o
quanto vale! – É por isto que rememorar é uma capacidade essencial à busca
do verdadeiro sentido da vida, que deve evidentemente ser constantemente
evocada.
Também é com
a lembrança e com a formação das perspectivas futuras que nos damos conta da
vasta amplitude do sentido geral da vida.
F - O CARÁTER NO
ESPORTE
Uma das
pretensões que tenho com este livro é imergir no tema da corrida, de quando em
vez, e inseri-lo na abrangência da vida. Já que sendo um corredor tenho sempre
grande curiosidade em desvendar as questões filosóficas do corredor.
A capacidade
intelectiva é a chave para o sentido moral da vida, um ponto inicial que têm
como outras ferramentas os sentimentos.
Companheirismo, amizade, metas, desafios, coragem, força de vontade ,
persistência, perseverança, fé, religiosidade, resistência, concentração,
indiferença à dor e controle são as características de um maratonistas.
Um sujeito,
que pelo caminho das necessidades desenvolve em si estas características, e se
acaso me perguntassem se a maratona desenvolve e forma o caráter de uma pessoa,
eu respondo tanto pela vivência prática quanto pelas explanações teóricas de
maneira pungente e absoluta: Sim!
Mas o que é
que consideramos por caráter? É o que distingue uma pessoa de outra, a
personalidade, a firmeza de vontade e a constância e estabilidade relativas na
maneira de agir e reagir; O feitio moral. ( Do dicionário )
Caráter é o
que caracteriza. É como quando perguntamos: Qual será o caráter de tal reunião?
Esta pode ser festiva, de trabalho ou comemorativa, à fantasia ou radical,
serena ou cheia de baderna. Ou seja: Qual é o tipo? A feição? A cara?
Nas pessoas o
mesmo ocorre, cada qual desenvolve caráteres diferentes. A pergunta exata que
deveríamos fazer é se a corrida desenvolve determinado caráter no ser humano,
ou seja: Se lhe proporciona determinados tipos de características.
É evidente
que sim: O caráter já foi definido nas linhas anteriores, é desenvolvido de
acordo com a quantidade e qualidade dos treinos. No entanto surge-me uma
pergunta, que ao meu ver é desagradável: É o caráter que define a qualidade do
treino ou é o treino que desenvolve o caráter do corredor?
As duas
afirmações estão corretas. Para melhor exemplificar esta idéia farei a
descrição real de minha experiência como patinador “street”:
“Quando via
os outros patinadores saltando largas escadarias nas praças ficava boquiaberto,
chegando a pensar que o que faziam era loucura. Minhas façanhas eram
indizivelmente menores, constavam em apenas conseguir, com bastante dificuldade
saltar uns três degraus e pronto. Todavia, para minha surpresa, aos poucos fui
evoluindo, de tal modo isto transcorreu que em determinado momento notei que
minhas pretensões eram tão ou mais audaciosas quanto a deles: procurava os
locais mais altos dos quais pudesse saltar, e ainda, quando já treinado naquele
lugar, procurava novas maneiras de saltar; De fato muitas vezes caía e me
estatelava no chão, não obstante, assim como aprendia a voar aprendia a ir de
encontro ao chão da maneira menos desagradável possível, o que requer certa
propriedade artística supostamente.”
Caros
leitores: Nota-se que na medida em que o patinador salta e melhora seu
desempenho também melhora sua coragem, força de vontade, técnica de movimento,
força física, resistência física e psicológica para suportar as variáveis
negativas e equilíbrio. Coexistem aqui características psicológicas e físicas.
É seu caráter que lhe permite executar um salto, na medida que melhora seu
caráter o aumenta e pode ousar novos e incautos saltos, pois se a força de
vontade não fosse cada vez maior ele não iria buscar novas e maiores
dificuldades senão ficaria estagnado nas mesmas.
O mesmo ocorre
com o corredor, principalmente aquele que chega a ser maratonista, pois
desenvolve determinadas peculiaridades psíquicas que são concernentes àqueles
que desempenham tarefas extremamente laboriosas e de conclusão árdua e penosa.
Cegos pisamos num caminho
Andando a passos largos
Numa direção imprecisa
Certos de que tudo está certo
Tudo é como deveria ser
Somos nós quem construímos nossos destinos
Não obstante somos inevitavelmente sujeitos às
circunstâncias que nos envolvem
Por isto a liberdade é relativa
Mediante isto
Nossas vontades, nosso querer é submetido ao mundo que
conhecemos
Ao que julgamos por mundo
Pisamos no pouco caminho que conhecemos
Vamos por onde nossa restrita vontade nos leva
Pensei que fosse um direito
Saber para onde se vai depois da morte
Esta informação causaria problemas à muitos
Pois a vida existe ( Material )
O fato de ela existir é a prova mais precisa de que nisto
há importante motivo
A ti te basta saber que esta é a tua função
Este é o teu trabalho
Por quê pensar no que irá me ocorrer se acaso perder o
emprego?
Quando se está empregado pode-se consultar um desempregado
para saber o que sente ou como é o desemprego.
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