Tuesday, November 5, 2024

36 - Sobre a transcendência

 

36 - SOBRE A TRANSCENDÊNCIA

Das dores

A pior é a da moral

Pungência da alma

Onde fica aquela fina camada

Que separa a terra do céu?

Como é que se pode

Sentir aquela delicada fragância?

Que aos toscos narizes

Passa despercebida...

Detalhe sutil

Esta nas profundezas  submersas

De tua própria mente

Está tão inserid em tí

E tú está tão fora dela

Que jamais a verá

Ainda bem que existem mistérios no mundo

Mistérios em tí

Pois se não houvessem

De que valeria viver?

O mistério move a alma

Ao menos aquela que sabe de estranhos mistérios

A outra que em nada vê mistério

Está paralizada pela própria cegueira

De enxergar um mundo sem mistérios

Sem fé e devoção não há mistério

Que não seja trazido à consciência

Sem fé não se mergulha nas profundezas a mente

Vangloriamos o mistério

E mesmo que nele porventura imergimos

Ainda será misterioso

Pois é sempre maior que nós mesmos

Tudo o que é maior não pode ser jamais completamente desvendado

O mistério é maior que o homem

No entanto está dentro dele

A imaginação é uma escuridão abissal

Donde podem sair presságios de inteiras sinfonias

Ou esboços de esplêndidas paisagens

Fragmentos de passados inteiros

Ou pedaços de grandes esculturas

A imaginação é ao homem desconhecida

Representa sua lembrança não inventada

Pesares não chorados

Risos não lembrados

Obscuro campo inexistente

Novidade que chega do nada

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