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- SOBRE A TRANSCENDÊNCIA
Das dores
A pior é a da moral
Pungência da alma
Onde fica aquela fina camada
Que separa a terra do céu?
Como é que se pode
Sentir aquela delicada fragância?
Que aos toscos narizes
Passa despercebida...
Detalhe sutil
Esta nas profundezas
submersas
De tua própria mente
Está tão inserid em tí
E tú está tão fora dela
Que jamais a verá
Ainda bem que existem mistérios no mundo
Mistérios em tí
Pois se não houvessem
De que valeria viver?
O mistério move a alma
Ao menos aquela que sabe de estranhos mistérios
A outra que em nada vê mistério
Está paralizada pela própria cegueira
De enxergar um mundo sem mistérios
Sem fé e devoção não há mistério
Que não seja trazido à consciência
Sem fé não se mergulha nas profundezas a mente
Vangloriamos o mistério
E mesmo que nele porventura imergimos
Ainda será misterioso
Pois é sempre maior que nós mesmos
Tudo o que é maior não pode ser jamais completamente
desvendado
O mistério é maior que o homem
No entanto está dentro dele
A imaginação é uma escuridão abissal
Donde podem sair presságios de inteiras sinfonias
Ou esboços de esplêndidas paisagens
Fragmentos de passados inteiros
Ou pedaços de grandes esculturas
A imaginação é ao homem desconhecida
Representa sua lembrança não inventada
Pesares não chorados
Risos não lembrados
Obscuro campo inexistente
Novidade que chega do nada
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