Tuesday, November 5, 2024

29 - Sobre a origem do movimento

 

29 - Sobre a origem do movimento

      Aquele que dança é aquele que interpreta a música e se expressa através do movimento. Aliás insisto na idéia inicial, colocada em “Sobre o movimento”, do intelectual que andava de um lado à outro para resolver suas idéias, ali o movimento era a expressão, repercussão ou resultado de suas idéias.

      Assim mesmo é a música, de maneira mais evidente, pois ela têm ritmo ( Seja o som harmônico ou desarmônico ).

      O que é a dança? Uma expressão, repercussão ou resultado de quê? Da música? Isto não pode ser porque a música é algo que em si é inócuo e sem sentido até que tenha seja relacionada com as idéias humanas. Assim a música representa as próprias idéias, sentimentos e peculiaridades humanas de uma maneira não racional, mas intuitiva. Temos movimentos que partem do sentimento e os que partem da razão.

      Assim, o movimento que u músico realiza enquanto interpreta uma música é metafisicamente diferente do que o que o intelectual realiza enquanto faz um esforço de raciocínio. Onde se enquadra o corredor nesta idéia, já que seu movimento parte do próprio movimento? Seria acaso um tipo de “vivência do movimento” mais primitiva por causa deste fato?

      Chegamos finalmente numa filosofia do movimento, e o que fizemos foi justamente investigar a causa do movimento para saber qual o teor deste movimento.

      Assim: Se uma pessoa está extremamente preocupada e atrasada para determinado compromisso, a causa que a faz correr desembestadamente é uma preocupação.

      Num músico que executa certa variação o movimento condiz com suas próprias vivências psíquicas. Um corredor se movimenta por se movimentar ou haveria uma origem como a preocupação do atrasado ou o estado psíquico do músico?

       Esta é a grande diferença, pois a origem do movimento no corredor está no próprio movimento e não em outra coisa. Isto não impede que este movimento, mesmo inicialmente “primitivo”, ou cru ( pois se traduz por si mesmo ) não se relacione com atividades psíquicas do corredor, tais como: Conceitos, valores, idéias ou lembranças podendo ainda repercutir no campo dos sentimentos.

      O caso do corredor, em se falando de experiência física e psíquica, ocorre ao revés, pois ele ao contrário dos outros inicia com o movimento para depois criar suas construções psíquicas, enquanto o sábio, o músico e o dançarino ( Já que para se dançar deve-se antes ouvir a música ) primeiro têm a experiência mental e sentimental para depois expressa-la através do movimento.

      Isto nos dá a noção da importância que há no movimento do corredor, que é respectivamente uma primeira engrenagem que faz chegar às mais requintadas e complexas sendas do psiquismo.

      Deste modo temos:

CORREDOR – Movimento “cru”

SÁBIO – Movimento já caracterizado por linhas de raciocínio

MÚSICO – Movimento inserido num ambiente psíquico intuitivo sentimental, não temporal e não físico

DANÇARINO – Movimento como resposta à estímulos sonoros ou emoções e pensamentos

      Uma das diferenças mais caracterizadas nesta idéia é que o sábio e o músico executam movimento como resposta à um estímulo raiz, enquanto que o movimento do corredor é o próprio estímulo raiz.

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