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- Sobre a origem do movimento
Aquele que
dança é aquele que interpreta a música e se expressa através do movimento.
Aliás insisto na idéia inicial, colocada em “Sobre o movimento”, do intelectual
que andava de um lado à outro para resolver suas idéias, ali o movimento era a
expressão, repercussão ou resultado de suas idéias.
Assim mesmo é
a música, de maneira mais evidente, pois ela têm ritmo ( Seja o som harmônico
ou desarmônico ).
O que é a
dança? Uma expressão, repercussão ou resultado de quê? Da música? Isto não pode
ser porque a música é algo que em si é inócuo e sem sentido até que tenha seja
relacionada com as idéias humanas. Assim a música representa as próprias
idéias, sentimentos e peculiaridades humanas de uma maneira não racional, mas
intuitiva. Temos movimentos que partem do sentimento e os que partem da razão.
Assim, o
movimento que u músico realiza enquanto interpreta uma música é metafisicamente
diferente do que o que o intelectual realiza enquanto faz um esforço de
raciocínio. Onde se enquadra o corredor nesta idéia, já que seu movimento parte
do próprio movimento? Seria acaso um tipo de “vivência do movimento” mais
primitiva por causa deste fato?
Chegamos
finalmente numa filosofia do movimento, e o que fizemos foi justamente investigar
a causa do movimento para saber qual o teor deste movimento.
Assim: Se uma
pessoa está extremamente preocupada e atrasada para determinado compromisso, a
causa que a faz correr desembestadamente é uma preocupação.
Num músico que
executa certa variação o movimento condiz com suas próprias vivências
psíquicas. Um corredor se movimenta por se movimentar ou haveria uma origem
como a preocupação do atrasado ou o estado psíquico do músico?
Esta é a
grande diferença, pois a origem do movimento no corredor está no próprio
movimento e não em outra coisa. Isto não impede que este movimento, mesmo
inicialmente “primitivo”, ou cru ( pois se traduz por si mesmo ) não se
relacione com atividades psíquicas do corredor, tais como: Conceitos, valores,
idéias ou lembranças podendo ainda repercutir no campo dos sentimentos.
O caso do
corredor, em se falando de experiência física e psíquica, ocorre ao revés, pois
ele ao contrário dos outros inicia com o movimento para depois criar suas
construções psíquicas, enquanto o sábio, o músico e o dançarino ( Já que
para se dançar deve-se antes ouvir a música ) primeiro têm a experiência mental
e sentimental para depois expressa-la através do movimento.
Isto nos dá a
noção da importância que há no movimento do corredor, que é respectivamente uma
primeira engrenagem que faz chegar às mais requintadas e complexas sendas do
psiquismo.
Deste modo
temos:
CORREDOR – Movimento “cru”
SÁBIO – Movimento já caracterizado por linhas de
raciocínio
MÚSICO – Movimento inserido num ambiente psíquico
intuitivo sentimental, não temporal e não físico
DANÇARINO – Movimento como resposta à estímulos
sonoros ou emoções e pensamentos
Uma das
diferenças mais caracterizadas nesta idéia é que o sábio e o músico executam
movimento como resposta à um estímulo raiz, enquanto que o movimento do
corredor é o próprio estímulo raiz.
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