Tuesday, November 5, 2024

10 - Teoria das realidades circulares

 

10 - Teoria das realidades circulares

( Gráficos dos círculos )

      A realidade total ocorre num nível inconsciente, que é considerado como um nível que abrange tudo aquilo que é conhecido. A nossa realidade, no entanto constitui apenas aquilo que estamos vivenciando em determinado momento.

      Pois somenos o que fazemos e não um conceito determinado de “ser humano”, Assim o ser humano é tudo aquilo que faz, se está tocando piano, ele é a percepção que têm daquela atividade, se tenta solucionar um complexo problema de matemática ele é o ato de solucionar. Utilizando esta maneira de pensar nós somos o verbo e não o sujeito. Não podemos ser mais de um ao mesmo tempo, ou tenho uma percepção sentimental porque estou imbuído de sentimentos artísticos por algo que faço ou assimilo, ou sou a atitude racional de produzir seqüências dialéticas, ou mesmo interpretar estas de outros.

      A percepção da realidade, como visto, provém da interpretação ou da produção e criação. No entanto só podemos interpretar ou produzir uma realidade de cada vez. As realidades diferentes são representadas no gráfico pelos diferentes círculos, que podem crescer ( Metáfora das cores condiz com o crescimento ) na medida em que se utiliza a criatividade, uma determinada realidade que aumenta seu nível de complexidade.

      Os círculos estão representados com flechas justamente porque o sujeito percebe a realidade de maneira estática, o sujeito é externo à realidade ( não é ela propriamente dita, ele é o ato de percebe-la ), não obstante o círculo só irá aumentar se ocorrer a incitação de algo novo dentro daquela realidade.

      Nossa consciência é de tal modo limitada dentro da percepção da realidade total que só podemos transpassar de uma realidade para outra e conhecer uma de cada vez, sendo que quando estamos em uma perdemos a percepção da outra num nível consciente. Por isto diz-se que a integração das realidades somente é conhecida num nível maior que o consciente, este nível maior é supostamente mais complexo, e por este mesmo motivo não é captado ou entendido pelo consciente. Particularmente denominaria-o de “super-consciente” ou consciente completo.

      Nota-se que as diferentes realidades são especificas, podemos supor que um círculo represente a realidade da motricidade humana, e outro a realidade do ato intelectivo, ocorre então o caso de um sujeito que está jogando “hóquey” vive esta realidade, ou mesmo: é esta realidade. Caso ele pare de jogar, e pegue um romance para ler ocorre uma atitude de mudança que se transfigura em nossa tabela por uma flecha que leva à um outro circulo. Esta mudança pode ter sido incitada por um estimulo de fora para dentro, como o fim do jogo e o pedido de alguém para que ele parasse de jogar e fosse ler um livro. Ou pode ocorrer um estímulo de dentro para fora, que conforme explicado no outro gráfico é definido como uma criatividade provinda do campo intuitivo, no caso de que a mudança tenha sido incitada por uma idéia já pré-estabelecida, como: Após jogar “hóquey” vou ler porque sempre faço isso, me acostumei a fazer isso de tal modo que tornou-se um hábito. Trata-se de uma ação que está no campo do silêncio ( que é cíclico e estático ) e mesmo que tenha acontecido uma mudança de realidades esta mudança é aparente pois não foi incitada pela intuição e não repercutiu numa criação ( No caso de um hábito já formado )

      Surge então a idéia de que existe no campo total da realidade círculos que ainda estão vazios, e não foram ainda visitados com o surgimento de novos movimentos. O que acabamos de fazer aqui foi dividir a ação do homem em novos movimentos e velhos movimentos. Este segundo conceito ( velhos movimentos ) pode parecer uma denominação inadequada no entanto se refere à mudança de realidades já conhecidas, como passar de jogar “hóquey” à ler, já tendo em si este hábito.

      Foi definido de velhos movimentos, justo porque é uma mudança de estados, um movimento por assim dizer, no entanto um movimento habitual. Podemos desta forma cogitar um novo estágio de silêncio: O *silêncio que ocorre em uma realidade só,  e o **silêncio que transcorre em uma série de realidades já conhecidas. Da mesma maneira que haverá a ***criação de novos níveis dentro de uma realidade e a criação de novas realidades dentro de uma vasta gama de realidades. ( Conforme a ilustração )

      O inconsciente ou super-consciente tudo abarca, e vive todas as realidades ao mesmo tempo, enquanto o consciente que está na ordem comum de nossos pensamentos, é podado por sua própria ferramenta racional e intelectiva.

      É então viável dizer que no nível do super-consciente vivemos e somos a nossa realidade como um todo, com esta concepção e com o auxílio visual dos círculos de movimento ficamos abismados com o quão pequena é a nossa realidade consciente. Uma ressalva importante que farei neste âmbito é explicar a atividade de meditação ( conforme descrito no livro: “Valores da contemplação” ) como sendo um aumento do contato do consciente com o super-consciente, ou: uma percepção mais ampla da realidade do ser.

       Conseguimos assim com bastante precisão sugerir que comumente as pessoas vivem suas vidas com o silêncio das várias realidades.

      O silêncio das várias realidades é o método que, sem saber, as pessoas utilizam para tornarem-se sensitivas, pois o ato de tornar-se sensitivo não está vinculado à realidade externa mas sim à relidade interna, é por isto que o silêncio das várias realidades funciona para a criação de novos níveis de conhecimento da realidade dentro de cada uma destas vivências. Por exemplo: O sujeito têm em sua vida 4 atividades sendo estas: correr, conversar com os amigos, cantar e trabalhar. Durante sua vida ele irá se transloucar de uma para outra formando o “silêncio das várias realidades”, que corresponde  ao fato de que ele não irá acrescer uma nova atividade à sua vida. Deste modo suas vivências são sempre as mesmas, entrou num estado cíclico, por isto de estagnação e silêncio.

      Este estado poderá mudar de duas formas:

A)     Em sua atividade de cantor ele conhece novos modos de cantar, olhando sua atividade de novos ângulos, criando novas perspectivas, ele melhora o patamar desta realidade tornando-a de maior complexidade ( metáfora das cores ) o que condiz com o desenho dos círculos que de maneira gradativa podem ficar maiores, ainda que o circulo que antes existia não se extingue pois está dentro do novo círculo, ou seja: o sujeito consegue cantar como antes ainda que tenha evoluído.

B)      A outra mudança do silêncio das várias realidades, pode ocorrer quando ele além de: correr, conversar com os amigos, cantar e trabalhar aprende uma nova vivência como por exemplo desenvolver teses científicas, aí insere-se uma nova atividade: um novo e pequenino círculo, uma nova realidade, ainda que de maneira tosca e primitiva.

      Temos então muitos círculos, de diversos tamanhos dentro de um todo que é o super-consciente, vivenciamos um de cada vez podendo aumentar tanto o tamanho de cada um  como a quantidade deles. Esta pode ser chamada como: “Teoria das realidades circulares”, mesmo que isto seja meramente a representação gráfica de uma idéia.

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