10 - Teoria das realidades circulares
( Gráficos dos círculos )
A
realidade total ocorre num nível inconsciente, que é considerado como um nível
que abrange tudo aquilo que é conhecido. A nossa realidade, no entanto
constitui apenas aquilo que estamos vivenciando em determinado momento.
Pois
somenos o que fazemos e não um conceito determinado de “ser humano”, Assim o
ser humano é tudo aquilo que faz, se está tocando piano, ele é a percepção que
têm daquela atividade, se tenta solucionar um complexo problema de matemática
ele é o ato de solucionar. Utilizando esta maneira de pensar nós somos o
verbo e não o sujeito. Não podemos ser mais de um ao mesmo tempo, ou tenho
uma percepção sentimental porque estou imbuído de sentimentos artísticos por
algo que faço ou assimilo, ou sou a atitude racional de produzir seqüências
dialéticas, ou mesmo interpretar estas de outros.
A
percepção da realidade, como visto, provém da interpretação ou da produção e
criação. No entanto só podemos interpretar ou produzir uma realidade de cada
vez. As realidades diferentes são representadas no gráfico pelos diferentes
círculos, que podem crescer ( Metáfora das cores condiz com o crescimento ) na
medida em que se utiliza a criatividade, uma determinada realidade que aumenta
seu nível de complexidade.
Os
círculos estão representados com flechas justamente porque o sujeito percebe a
realidade de maneira estática, o sujeito é externo à realidade ( não é ela
propriamente dita, ele é o ato de percebe-la ), não obstante o círculo só irá
aumentar se ocorrer a incitação de algo novo dentro daquela realidade.
Nossa
consciência é de tal modo limitada dentro da percepção da realidade total que
só podemos transpassar de uma realidade para outra e conhecer uma de cada vez,
sendo que quando estamos em uma perdemos a percepção da outra num nível
consciente. Por isto diz-se que a integração das realidades somente é
conhecida num nível maior que o consciente, este nível maior é supostamente
mais complexo, e por este mesmo motivo não é captado ou entendido pelo
consciente. Particularmente denominaria-o de “super-consciente” ou consciente
completo.
Nota-se
que as diferentes realidades são especificas, podemos supor que um círculo
represente a realidade da motricidade humana, e outro a realidade do ato
intelectivo, ocorre então o caso de um sujeito que está jogando “hóquey” vive
esta realidade, ou mesmo: é esta realidade. Caso ele pare de jogar, e pegue um
romance para ler ocorre uma atitude de mudança que se transfigura em nossa
tabela por uma flecha que leva à um outro circulo. Esta mudança pode ter sido
incitada por um estimulo de fora para dentro, como o fim do jogo e o
pedido de alguém para que ele parasse de jogar e fosse ler um livro. Ou pode
ocorrer um estímulo de dentro para fora, que conforme explicado no outro
gráfico é definido como uma criatividade provinda do campo intuitivo, no caso de
que a mudança tenha sido incitada por uma idéia já pré-estabelecida, como: Após
jogar “hóquey” vou ler porque sempre faço isso, me acostumei a fazer isso de
tal modo que tornou-se um hábito. Trata-se de uma ação que está no campo do
silêncio ( que é cíclico e estático ) e mesmo que tenha acontecido uma
mudança de realidades esta mudança é aparente pois não foi incitada pela
intuição e não repercutiu numa criação ( No caso de um hábito já formado )
Surge
então a idéia de que existe no campo total da realidade círculos que ainda
estão vazios, e não foram ainda visitados com o surgimento de novos movimentos.
O que acabamos de fazer aqui foi dividir a ação do homem em novos movimentos
e velhos movimentos. Este segundo conceito ( velhos movimentos ) pode
parecer uma denominação inadequada no entanto se refere à mudança de realidades
já conhecidas, como passar de jogar “hóquey” à ler, já tendo em si este hábito.
Foi
definido de velhos movimentos, justo porque é uma mudança de estados, um
movimento por assim dizer, no entanto um movimento habitual. Podemos desta
forma cogitar um novo estágio de silêncio: O *silêncio que ocorre em uma
realidade só, e o **silêncio que
transcorre em uma série de realidades já conhecidas. Da mesma maneira que
haverá a ***criação de novos níveis dentro de uma realidade e a criação de novas
realidades dentro de uma vasta gama de realidades. ( Conforme a ilustração
)
O
inconsciente ou super-consciente tudo abarca, e vive todas as realidades ao
mesmo tempo, enquanto o consciente que está na ordem comum de nossos
pensamentos, é podado por sua própria ferramenta racional e intelectiva.
É então
viável dizer que no nível do super-consciente vivemos e somos a nossa realidade
como um todo, com esta concepção e com o auxílio visual dos círculos de
movimento ficamos abismados com o quão pequena é a nossa realidade consciente.
Uma ressalva importante que farei neste âmbito é explicar a atividade de
meditação ( conforme descrito no livro: “Valores da contemplação” ) como sendo
um aumento do contato do consciente com o super-consciente, ou: uma percepção
mais ampla da realidade do ser.
Conseguimos assim com bastante precisão sugerir que comumente as pessoas
vivem suas vidas com o silêncio das várias realidades.
O
silêncio das várias realidades é o método que, sem saber, as pessoas utilizam
para tornarem-se sensitivas, pois o ato de tornar-se sensitivo não está
vinculado à realidade externa mas sim à relidade interna, é por isto que o
silêncio das várias realidades funciona para a criação de novos níveis de
conhecimento da realidade dentro de cada uma destas vivências. Por exemplo: O
sujeito têm em sua vida 4 atividades sendo estas: correr, conversar com os
amigos, cantar e trabalhar. Durante sua vida ele irá se transloucar de uma
para outra formando o “silêncio das várias realidades”, que corresponde ao fato de que ele não irá acrescer uma nova
atividade à sua vida. Deste modo suas vivências são sempre as mesmas, entrou
num estado cíclico, por isto de estagnação e silêncio.
Este estado
poderá mudar de duas formas:
A) Em sua atividade de cantor
ele conhece novos modos de cantar, olhando sua atividade de novos ângulos,
criando novas perspectivas, ele melhora o patamar desta realidade tornando-a de
maior complexidade ( metáfora das cores ) o que condiz com o desenho dos
círculos que de maneira gradativa podem ficar maiores, ainda que o
circulo que antes existia não se extingue pois está dentro do novo círculo, ou
seja: o sujeito consegue cantar como antes ainda que tenha evoluído.
B) A outra mudança do silêncio
das várias realidades, pode ocorrer quando ele além de: correr, conversar com
os amigos, cantar e trabalhar aprende uma nova vivência como por exemplo
desenvolver teses científicas, aí insere-se uma nova atividade: um novo e pequenino
círculo, uma nova realidade, ainda que de maneira tosca e primitiva.
Temos
então muitos círculos, de diversos tamanhos dentro de um todo que é o
super-consciente, vivenciamos um de cada vez podendo aumentar tanto o tamanho
de cada um como a quantidade deles. Esta
pode ser chamada como: “Teoria das realidades circulares”, mesmo que isto seja
meramente a representação gráfica de uma idéia.
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