11 - Círculos ocultos
É
evidente que há em nossas vidas realidades ainda desconhecidas que para outras
pessoas podem estar sendo conhecidas ou sendo vivenciadas. Estes serão chamados
de “círculos ocultos”, pois mesmo que não conheçamo-los eles existem, no
entanto existem apenas em potencial, ainda não possuem um elo de ligação na
rede de círculos, este elo só pode ser incitado de duas maneiras:
A) Por um ato criativo provindo
da intuição que se localiza no super-consciente e não funciona de maneira
intelectiva ou racional.
B) Tendo sido uma sugestão,
obrigação ou necessidade provinda do meio externo, ou seja: de fora para
dentro.
Os
circulos ocultos são potenciais de vivência, ou outras realidades existentes no
mundo real externo mas não em nosso super-consciente. Nosso super-consciente
apenas abriga as realidades que já pudemos entrar em contato. O mundo real, ou
“realidade total” ( que está localizada externamente ao sujeito ) engloba em si
todos os tipos possíveis de realidade, sendo assim é formado apenas por
círculos ocultos, são ocultos porque tudo aquilo que não é experimentado não
pode existir por si só. Ou melhor dizendo: o mundo não existe se não for
experimentado . De maneira pouco mais audaciosa e harmoniosa diríamos que
ele existe para ser interpretado. Analogia: Qual a função de uma peça de teatro
senão para que o público a prestigie? Acaso se fosse apresentada num teatro
vazio poderíamos dizer que ela está existindo? Algo somente existe se estiver
cumprindo sua função essencial, ou aquilo para qual foi designado.
Seguindo
esta linha de raciocínio notamos que a realidade total está inserida no mundo (
Tanto externo quanto psíquico ), e se constitui de círculos ocultos, dos quais
apenas vivenciamos uma ínfima parcela. Isto quer dizer que nosso
super-consciente mesmo que imbuído de capacidades criativas, originais e
intuitivas assimila não realidades inéditas senão que já são pré-existentes
potencialmente falando, representadas por círculos ocultos da realidade total.
Surge então a
seguinte questão: Pode um círculo já constituído morrer? Quando deixamos de
praticar determinada atividade quê acontece com aquela vivência? Fica
estagnada? Pode o super-consciente ficar encarregado de fazer os níveis daquela
realidade crescer, quando o consciente se preocupa com outras realidades?
É como
dizer que paramos de desempenhar determinada atividade por um tempo, vamos
supor: 5 anos, continuamos com outras atividades, dentro destas outras vamos
desenvolvendo cada uma delas, ou seja: criação de vários níveis dentro de uma
realidade. Quando porventura retornamos à atividade que há 5 anos estava parada
como nos depararemos com ela? Haverá se consumado? Estará no mesmo nível como
quando a deixamos?
Pelo
motivo de que o desenvolvimento dos níveis de conhecimento da realidade são
inerentes ao ser conhecedor e experimentador e não ao objeto experimentado
ocorre que esta vivência mesmo tendo há muito tempo sido posta de lado está com
níveis ainda maiores que quando deixada. Como se tivesse crescido sozinha,
quando na realidade quem cresceu foram os potenciais perceptivos e atuantes do
sujeito.
Por isto
o mundo ( e todas as suas realidades ) é considerado apenas como um veículo
para o desenvolvimento da percepção do ser e não como um fim último. Deste modo
o “ter” perde a importância com relação ao “ser” e sucumbe a concepção
materialista hoje em dia amplamente difundida.
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