Tuesday, November 5, 2024

11 - Círculos ocultos

 

11 - Círculos ocultos

      É evidente que há em nossas vidas realidades ainda desconhecidas que para outras pessoas podem estar sendo conhecidas ou sendo vivenciadas. Estes serão chamados de “círculos ocultos”, pois mesmo que não conheçamo-los eles existem, no entanto existem apenas em potencial, ainda não possuem um elo de ligação na rede de círculos, este elo só pode ser incitado de duas maneiras:

A)     Por um ato criativo provindo da intuição que se localiza no super-consciente e não funciona de maneira intelectiva ou racional.

B)      Tendo sido uma sugestão, obrigação ou necessidade provinda do meio externo, ou seja: de fora para dentro.

      Os circulos ocultos são potenciais de vivência, ou outras realidades existentes no mundo real externo mas não em nosso super-consciente. Nosso super-consciente apenas abriga as realidades que já pudemos entrar em contato. O mundo real, ou “realidade total” ( que está localizada externamente ao sujeito ) engloba em si todos os tipos possíveis de realidade, sendo assim é formado apenas por círculos ocultos, são ocultos porque tudo aquilo que não é experimentado não pode existir por si só. Ou melhor dizendo: o mundo não existe se não for experimentado . De maneira pouco mais audaciosa e harmoniosa diríamos que ele existe para ser interpretado. Analogia: Qual a função de uma peça de teatro senão para que o público a prestigie? Acaso se fosse apresentada num teatro vazio poderíamos dizer que ela está existindo? Algo somente existe se estiver cumprindo sua função essencial, ou aquilo para qual foi designado.

      Seguindo esta linha de raciocínio notamos que a realidade total está inserida no mundo ( Tanto externo quanto psíquico ), e se constitui de círculos ocultos, dos quais apenas vivenciamos uma ínfima parcela. Isto quer dizer que nosso super-consciente mesmo que imbuído de capacidades criativas, originais e intuitivas assimila não realidades inéditas senão que já são pré-existentes potencialmente falando, representadas por círculos ocultos da realidade total.

      Surge então a seguinte questão: Pode um círculo já constituído morrer? Quando deixamos de praticar determinada atividade quê acontece com aquela vivência? Fica estagnada? Pode o super-consciente ficar encarregado de fazer os níveis daquela realidade crescer, quando o consciente se preocupa com outras realidades?

      É como dizer que paramos de desempenhar determinada atividade por um tempo, vamos supor: 5 anos, continuamos com outras atividades, dentro destas outras vamos desenvolvendo cada uma delas, ou seja: criação de vários níveis dentro de uma realidade. Quando porventura retornamos à atividade que há 5 anos estava parada como nos depararemos com ela? Haverá se consumado? Estará no mesmo nível como quando a deixamos?

      Pelo motivo de que o desenvolvimento dos níveis de conhecimento da realidade são inerentes ao ser conhecedor e experimentador e não ao objeto experimentado ocorre que esta vivência mesmo tendo há muito tempo sido posta de lado está com níveis ainda maiores que quando deixada. Como se tivesse crescido sozinha, quando na realidade quem cresceu foram os potenciais perceptivos e atuantes do sujeito.

      Por isto o mundo ( e todas as suas realidades ) é considerado apenas como um veículo para o desenvolvimento da percepção do ser e não como um fim último. Deste modo o “ter” perde a importância com relação ao “ser” e sucumbe a concepção materialista hoje em dia amplamente difundida.

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