Tuesday, November 5, 2024

39 - Epílogo

 

39 - EPÍLOGO:

       A verdade, a verdade é que sempre haverá a necessidade de algo a mais. A vida não se contenta com o pouco que é oferecido. Números e palavras não são suficiente para saciar a sede de sentir, hão de existir a beleza estética na simetria dos desenhos fantásticos de conchas do mar e a singular relevância dos vocabulários mais hábeis e fecundos. Não satisfaz um conhecimento inócuo de valores verdadeiros, não traz alegria ao espírito uma vida sem vontade, uma música sem sentir. Pois esta é justamente a função do todo, a função do mundo é de um subsídio para que o espírito se movimente, assim como a função das equações matemáticas é fazer com que o homem se extasie diante de uma resultante de simetria inigualável numa concha, a função é movimentar o espírito e nada mais. Não obstante, no decorrer do caminho tropeçamos, julgando que a função da matéria está localizada nela e não em nós mesmos, é como dar mais valor à ferramenta que ao objeto para qual foi ela construída. Exemplos? Como poderia eu dar mais valor à uma música que aos sentimentos e à sensibilização que ela provoca? Independente da música, podemos aqui estar falando de uma música simples composta por músico não famoso ou por min mesmo ou tú, ou então uma música de composição complexa e extraordinária como “Missa Solenis” de Bethoven, pois o que mais vale não é o instrumento, mas sim o nível de sensibilização que se consegue atingir. Metáfora: Pode-se construir um casarão belíssimo, amplo e magnânimo com ferramentas pequenas e pode-se construir um simples barraco dispondo de tratores e máquinas grandes, pois o que mais conta na construção do universo é a vontade e não os recursos de que se dispõem. Estamos falando sobre os valores fundamentais da vida, aqueles que descrevem a vida e não a vida aparente. No caso da música podemos dizer que a música em si é vista como vida aparente, a vida verdadeira é a sensibilidade que a musica provocou, cada ser humano desenvolve em si uma capacidade de inflamar o espírito diante das coisas da vida.

      Esta “inflamação” se refere ao modo como aquilo foi interpretado e o quanto aquilo modificou a realidade interna da pessoa, o quanto aquilo atingiu, interferiu, movimentou, mudou concepções antigas, fêz nascer novos estados de percepção da vida. O entendimento pleno do termo “inflamação”, segundo a concepção que estou propondo, é grande importância para o entendimento da função primordial da vida, e da visão mais ampla do que é “vida verdadeira” distinguindo-a de “vida aparente”.

      O fato é que as coisas por si só não existem, são subsídios para que exista vida, na concepção de vida verdadeira. É justamente por isto, que na visão espiritual “reencarcionista” existe uma necessidade de vida na carne para que haja o desenvolvimento do ser, do contrário o mundo só seria instituído de vida espiritual, descartando a dualidade matéria e espírito. O que faz com que aumentemos nossa “capacidade de inflamação” perante o mundo é a quantidade de importância que doamos ao que está sendo contemplado. Uma pessoa que têm uma grande capacidade de imersão em detalhes, que entende de maneira bastante criativa, original e espontânea mensagens subjetivas é aquela que mais se “inflama” com o mundo.

      Inflamação é a função da vida, quando este processo ocorre é quando surge a vida verdadeira, tanto mais elevado será o grau de inflamação ( intensidade de vida ) quanto seja a entrega daquele que interpreta a vida para com o objeto que observa, que interpreta. Como ocorre esta entrega? Utilizamo-nos para isto de alguns recursos, a começar pelas ferramentas de interpretação do mundo: visão, audição, tato, paladar e olfato. Deste modo você irá perceber determinado objeto  voltando-se para ele e entrando em contato através destes mecanismos. Há muitas ressalvas que devo aqui expor, do contrário, se isto fosse tudo não haveria qualquer necessidade de começar estes escritos. De inicio: O mundo é aparente, a única coisa que não é ilusória é a percepção que consegue inflamar, aquela que muda a tua disposição de espírito, somente isto pode chegar a receber o nome de VIDA.

      Como o ser humano percebe o mundo que o cerca? Como interpreta esta percepção? Uma música, por exemplo, é percebida por duas pessoas de uma única maneira, mas no processo de interpretação é entendida conforme os valores pessoais de cada uma destas pessoas. Logo, para que haja inflamação não basta a existência de órgãos sensoriais, mas a existência de determinados valores, são estes que doarão à pessoa a concepção de vida à qual  ela se julga pertencente. Uma situação aparentemente simples pode fazer alguém chorar e se extasiar, numa extrapolação emocional de grande beleza, intensidade e ternura enquanto as maiores tramas teatrais, os romances mais trabalhosamente elaborados podem ter a função de meros passa tempos ou divertimentos supérfluos. Por quê isto ocorre? Não é isto injusto com o autor? O autor ( Nós somos todos autores nos momentos em que queremos transmitir uma idéia, sentimento ou mensagem à outrem ) têm uma gama de sentimentos, idéias e vivências que deseja consciente ou inconscientemente colocar em sua obra, aliás ele sempre consegue colocar na obra sua própria essência, seu próprio caráter, queira ou não. O fato que estamos discutindo é como se passa a assimilação da obra, seja esta um romance, uma música, pintura, escultura, palestra, ou pessoa. Justo porque a interpretação da arte é um exemplo dado que pode ser aplicado à interpretação da vida, consigo de todas as suas possíveis situações, porque na vida estamos fazendo uma constante interpretação daquilo que vemos ou vivenciamos.

      Fora comentado algo relativo à capacidade de percepção de detalhes, e à subjetividade. O que são aspectos importantes na interpretação da arte, e da vida. Na verdade quando temos uma idéia inicial ou um sentimento posteriormente queremos expressar isto, mas nunca podemos expressar em sua forma metafísica ou pura, por causa disso temos de ter algum meio de expressão, este meio é oferecido pelas possibilidades da vida. As expressões faciais por exemplo não são o sentimento propriamente dito, mas sim um meio de expressão dos sentimentos. As expressões corporais se localizam no mesmo termo, assim como todos os sinais que inconscientemente exprimimos. As idéias que temos também são expressões de uma essência anterior.

      Devemos esquecer o mundo aparente e dar mais valor aos detalhes que às aparências, a beleza por exemplo pode ser uma concepção estática aparente, de modo que durante a vida fomos educados e condicionados a julgar que determinados parâmetros estéticos são mais agradáveis que outros. Quê pensar disto? Simplesmente que não existe uma concepção de belo absolutamente definida, que os valores são concepções criadas pela sociedade. A não ser que haja dentro de cada ser humano uma percepção únicas, valores estéticos universais que independam do condicionamento produzido pelas tendências culturais de sua comunidade e de seu tempo. Mesmo existindo esta essência estética única dentro do ser humano isto não descarta a hipótese de que a sociedade estará influenciando suas concepções de belo e feio, a pergunta mais pertinente a fazer agora é: Até que ponto isto ocorre? Qual a proporção de influência que os valores culturais da sociedade e do tempo exerce sobre a “essência universal” do ser humano? Isto dependerá de cada pessoa, para explicar esta parte do pensamento criaremos aqui dois conceitos “Cultura externa” e “Cultura pessoal”,  o ser se posiciona no mundo entre estas duas vertentes, em proporções das mais diversas, no aspecto cultural infelizmente a sociedade consumista se preocupa mais com consumir que com produzir de modo que em tempos anteriores da humanidade a cultura era muito mais rica que atualmente. O ser humano têm duas possibilidades na vida:

1a) Expressar-se.

2a) Assimilar as expressões do mundo.

      Assim a cultura externa se refere à tudo que pode ser assimilado e a cultura pessoal à tudo o que é produzido pelo sujeito. Em minhas buscas tenho me preocupado muito por encontrar a metafísica das coisas, logo, no intuito de imaginar como e o quê faz com que haja no mundo um criação cultural. Há um princípio que se chama “vontade” que indica respectivamente o princípio primordial da vida, pois ocorre antes da vida. O princípio que pode ser chamado de vida, em nossas concepções é “inflamação”. De princípio é importante dizer que a vida se transcorre em comunidade, com miríades de pessoas interagindo, logo devemos colocar em pauta a existência basicamente de agente que exterioriza e agente receptor. Fundamentamo-nos nestas idéias para criar a teoria de transmissão da vida.

AGENTE QUE EXTERIORIZA:

Vontade primordial – Vivência ( “inflamação” ) – Expressividade

AGENTE RECEPTOR:

Percepção sensória – Valores pessoais – Interpretação ( Assimilação  e possível inflamação )

      Com esta sinopse sucinta fica mais fácil entender a idéia, para ilustrar vamos inventar um caso fictício de um músico: antes que seja criada a música há uma vontade antecedente, mesmo que inconsciente de criar a música, esta é a vontade primordial, que vêm à tona antes que o processo de criação se inicie, o processo de criação musical é entendido como a vivência o que corresponde justamente à “vida verdadeira” que havíamos anteriormente discorrido”, pois a criação artística verdadeira deve envolver sentimentos, idéias e concepções diferentes do que antes se tinha, pois causa movimento ao espírito, algo diferente do que havia antes está em vigência, é por isto que na  vida verdadeira existe a “inflamação” . Durante a vivência musical o músico estará se inflamando com o que está sendo criado, ou seja: está tomado por novas sensações, novos estados de percepção interna, pode ocorrer o caso da composição não inflamar o espírito do criador, isto no caso de uma composição absolutamente “matemática”, metódica e racional, neste caso pode nem haver uma vontade primordial, quantas vezes não ouvimos: - Aquele sujeito faz as coisas sem vontade. – Após vivenciar e se inflamar a música o sujeito irá exteriorizá-la através de sua execução, durante a execução há uma re-vivência da composição que envolveu determinados estados do ser. É por isto que cada música, que cada peça de teatro, cada dança transmitem “estados de espírito” ou “estados do ser” peculiares. Pode ocorrer do agente que exterioriza exprimir-se de maneira não adequada ao momento da vivência musical, o que é o mesmo que dizer que uma música foi interpretada sem que o intérprete soubesse exprimir-se segundo o estado de espírito que o compositor estava no momento da composição que era o momento da “vida real”.

    Na transmissão da vivência, além da possibilidade de incongruência durante a re-vivência há detalhes relacionados ao agente receptor. É por isto que a percepção pode estar distorcida com relação à vivência original, não impede porém que mesmo que sendo distorcida não indique uma possibilidade de vivência alternativa do mesmo objeto. Teremos de princípio a percepção sensória, que pode ser diferente para cada pessoa, uns são míopes ou relativamente surdas, podem ser hipersensíveis ao frio ou ter visão super aguçada, temos então uma variedade de ferramentas perceptivas totalmente personificada ainda que sejam basicamente as mesmas. Quê causa isto? Uma percepção sensória tão personificada quanto as ferramentas responsáveis por ela. Isto, meus amigos, foi só o princípio, pois em seguida há o fato de que os valores pessoais de cada pessoa são também personificados, neste aspecto, no entanto, é válido dizer que os valores de pessoas de uma mesmo sociedade são mais similares que de sociedades diferentes, que os valores de pessoas de um mesmo país têm maiores possibilidades de serem parecidos que de paises distantes, ainda que isto não tenha de ser considerado como regra irrefutável. Quais são estes valores pessoais? Religiosos, filosóficos, morais, estéticos, de conduta, trabalhistas, unindo todos num conjunto são os valores que definem a conduta de vida do sujeito e que estão relacionados com tudo aquilo que percebe, assim as percepções sensoriais da música são submetidas à estes valores de tal forma que são inseridos na música a saber que ela transmite, mas não é na verdade a música que está exatamente transmitindo aquilo, mas sim o sujeito que está incutindo nela aquilo que sempre esteve nele, a sensação de que algo é trazido pela música pode ser, deste modo, entendida como ilusória, o que ocorre é o entendimento da música. É por isto que o entendimento pleno depende dos valores pessoais.

      Após os valores terem sido relacionados com a morfologia, com a formação estética do que está sendo percebido ocorre uma interpretação ou assimilação, que é um momento em que pode haver a “inflamação” ou o movimento das constantes daquela pessoa, onde seus valores poderão ser postos em seus limites ou mesmo alterados.  Caso sejam alterados, isto indica que há a transmissão real de alguma coisa durante o processo de exteriorização artística. Ou seja: Valores do que exterioriza são realmente enviados, se são entendidos, ou mesmo tendo sido entendidos, se são assimilados esta é questão à parte.

      Podemos colocar outro exemplo em vigência, um corredor que ao chegar ao final de uma prova, adota determinadas expressões faciais, isto é a vivência que ocorre, tendo partido de uma vontade inicial de efetivar a prova, sendo uma expressão que transcorre simultânea à vivência pode-se dizer que vivencia e exprime num só momento. O sujeito que assiste interpreta não a vivência diretamente mas a expressão do corredor. Fazemos isto quando conversamos com alguém e quando assistimos às mais variadas situações humanas.

      Não basta ser arguto, perspicaz ou habilidoso para entender a arte ( a mundo ao derredor ) as características do “sensitivo” são outras. Na tentativa de perceber o mundo assim como ele realmente é devemos saber quais são estas características, que aliás, já foram citadas: capacidade de percepção subjetiva, capacidade de imersão nos detalhes, sabemos também que se referem aos valores pessoais, digamos que quanto mais desenvolvidos sejam estes valores mais precisa será a percepção, já que esta depende dos valores.

      Me fundamento numa percepção de vida, portanto integral e holística, passando longe da especialização. Um músico não têm, por exemplo, a percepção musical mais apurada que um psicólogo ou um caboclo que tenha larga experiência de vida, pois os valores pessoais são um tanto mais profundo que estudos técnicos ou teóricos da música. Isto ocorre porque a música não é um agregado organizado ou desorganizado de sons, mas sim um meio, através do qual a vida se exprime. O que está sendo expresso chama-se vida, e para que haja uma percepção mais correta e fidedigna da vida devemos estar cheios de valores de vida, por isto o desenvolvimento da percepção espiritual depende da filosofia de vida, para que sobrevenha a percepção mediúnica ( conforme discorrido no livro “valores da contemplação “ ). Exemplo: Uma pessoa lê um romance escrito na época da revolução industrial sem qualquer outra fonte de conhecimento desta época, lê somente pelo prazer da leitura, por certo poderá se deleitar com a leitura e adorar o livro. Digamos que esta pessoa tenha após um ano estudado durante três meses as idéias e a história referente à este período da Revolução Industrial, logo ela percebe o quão ingênua havia sido sua leitura, e o quão distorcido havia sido seu entendimento da obra, o que era vermelho ela interpretou como branco, e o que era azul como lilás. O quê podemos extrair deste exemplo? A conclusão definitiva de que a percepção dos objetos externos depende dos valores internos, neste caso me referí restritamente ao valor “conhecimento”, mas poderíamos colocar outros valores como “sentimentos”, “moral” ou “espiritualidade”. É mais provável que esta pessoa entenda os sentimentos e o que quis o autor do romance transmitir após seus três meses de estudos sobre a época que antes, ainda que ela possa ter tido “inflamação do espírito” na primeira leitura e sendo esta “inflamação” um tanto distorcidas com relação às intenções, sentimentos e vivências do autor, isto não indica necessariamente que esta interpretação tenha sido em vão ou inócua. Mesmo que não percebamos a essência das coisas, o fato é que o que percebemos é também chamado de “vida”, uma percepção distante do estado de espírito do transmissor não deixa de ser a percepção de algo, e digo mais, seria ao mesmo tempo uma criação alternativa de vida. Por isto a vida possui muitas facetas, a maneira mais simples e óbvia de indicar isto é colocar uma pessoa em cada canto de uma sala aberta no teto ao céu numa noite sem nuvens e pedir para observarem  um telescópio, cada uma das pessoas terá uma visão distinta daquele mesmo objetos, e supondo que antes nunca tenham se deparado com um telescópio umas dirão que estão vendo uma estrutura complexa e podem até descrever mecanismos cilíndricos, esféricos ou engrenagens metálicas, outras dirão que estão vendo planetas, estrelas ou até nuvens cósmicas de cores diversas. Em quem vamos acreditar? O fato é que mesmo a percepção de cada qual sendo distinta todas são corretas, isto indica que mesmo coisas diferentes e por vezes antagônicas podem ser corretas, é justo aí que queria chegar, porque a percepção alternativa não é completamente inócua, em si possui um valor, e pode fazer a pessoa “inflamar-se” por isto possui sua validade. Isto dá a importância àquele que percebe o mundo como ele realmente é e àquele que interpreta o mundo numa visão distorcida.

      O importante é inflamar-se permeado pelos “valores humanos universais” que estão de certo modo incutidos em cada ser humano em maior ou menor proporção independente da cultura externa. A cultura pessoal, retomando este assunto, é referente à aspectos únicos de cada pessoa referem-se às possibilidades de criação, por isto intuição e criatividade são termos chave neste assunto. A criação de uma cultura pessoal depende de ferramentas adquiridas no meio externo, como por exemplo noções de técnicas de desenho, técnicas de interpretação corporal e facial para o teatro e a dança, noções de teoria musical e poética ou literatura para o ato da escrita, assim na exteriorização de uma cultura pessoal existem subsídios externos, que são prestativos na forma de ferramentas, mas não só de ferramentas como também de material útil para remodelação e reconstrução da realidade, como no caso de treinar a vista com muitas obras de pintura para possuir uma conjuntura de possibilidades. Até que ponto uma mente livre e limpa de tudo é capaz de criar? Existe esta possibilidade? Seria uma criação todavia mais personalizada?

 

O fim é o início

38 Z - Religião e baralho: uma comparação cabível

 

38Z -   - RELIGIÃO E BARALHO: UMA COMPARAÇÃO CABÍVEL

 

      Será feita s mais cabível comparação ( O tarot e a religião )

37 - Filosofia da Interpretação do Mundo

 

37 - FILOSOFIA DA INTERPRETAÇÃO DO MUNDO

 

A – QUAL A SOCIEDADE IDEAL? ACAMPAMENTO E ÍNDIOS

      O acampamento é a situação que melhor supre as necessidades humanas, porque têm um sentido moral e ideológico completo. Há um princípio, meio e fim. Objetivos a longo prazo bem delineados. Uma convivência em grupo próxima e um íntimo contato com a natureza.

      É com pudor que notamos o caminho pelo qual passa a sociedade, digo isto relacionando com uma falta de seriedade e pelo desmoronamento dos valores humanos. Pessoas vivem dentro de suas realidades podadas, casas fechadas, trancafiadas à sete chaves são mentes fechadas. Os índios são um exemplo de sociedade ideal, moralmente e socialmente muito mais evoluídos. Os acampamentos em geral são vistos como modalidades direcionadas às crianças e adolescentes, entretanto é certo que o mundo seria bem melhor se todos fossem acampantes.

      Na busca de uma sociedade ideal devemos buscar o que seja de formação pessoal e formação social

B –  VALE A PENA VIVER? PELO QUÊ?

      Meus queridos irmãos, sem sombra de dúvida nossos caminhos intelectivos, os quais até agora percorremos, nos proporcionaram interessante material de discussão. No entanto sobrevivem uma série de tormentos, que nos assaltam, estes que muitas vezes nos pegam desprevenidos causando transtornos dos mais variados. É por isto que o homem precavido, ainda que não seja perfeito, está sempre mais preparado para a vida que os que andam por aí sem rumo ou direção.

      Tendo sido feita esta introdução geral, para a qual diversas interpretações podem ser sugeridas, declararei que o assunto que me levou a escrever agora ou mesmo até agora é de grande profundidade e sublimação: A própria vida! Para ser mais específico: A graça da vida, a paixão de viver. Por quê o ser humano insiste em viver? É por causa das situações da vida que nos proporcionam momentos de sublime euforia, ou sublime espirituosidade. Mas como vivenciar estes naipes de sentimentos? Primeiramente:

1 – No mundo deve haver música

2 – A vida deve ser considerada complexa

      Eu, pessoalmente, reluto em acreditar que vale a pena viver, não falo aqui, julgo que o leitor compreenda, de alegrias superficiais, senão da mais profunda vivência que se possa ter das coisas, das pessoas e de tudo o que te cerca.

      O que buscas na tua existência? Diga: Um caminho reto e linear, sem distorções e superficialidades, um grande caminho onde impere uma felicidade infantiu, uma espiritualidade completa e sincera, um viver integral, ora estas: Não será este o caminho linear? Os momentos sublimes, simples e complexo ao mesmo tempo são magníficas dádivas que a vida nos proporciona.

 

C – O HOMEM NATURAL!

      Quê dizer do ser humano quando este fugiu à sua própria essência? O desenvolvimento das cidades nos distanciou da natureza, com isto nós mesmos esquecemos que fazemos parte dela, efetivamente somos “homens naturais” e fazemos parte de um contexto harmonioso dito natureza. Nadar num lago, correr descalço na grama, subir numa árvore, se enlamear, brincar como criança na areia da praia, caminhar pela mata à luz do sol ou luar, contemplar as belezas naturais. Tudo isto representa fundir-se com a natureza, de tal modo que o homem encontra seu verdadeiro local, seu ponto de equilíbrio, uma alegria silenciosa, pois definitivamente: O homem é natural!

 

D – MUNDO ESPIRITUAL; A VIDA E SUA FUNDAMENTAÇÃO INICIAL: SONHOS

QUANTOS MINUTOS?

Do seu dia de hoje você despendeu para:

Contemplar a profundidade e imensidão das estrelas?

Contemplar a magnitude das nuvens?

Emergir em pensamentos na coloração do céu?

Refastelar tua alma num ócio espiritual?

Brincar com uma criança?

Ler e refletir o evangelho de Jesus?

Orar?

Meditar?

Pensar nos problemas mais profundos de teu âmago?

Enfim: Viver de verdade!

Em toda a tua vida:

Quantos minutos você viveu?

Quantos minutos você amou?

Ao mundo ( Está Deus nesta vertente. ) à ti e aos outros.

 

      Não é só num momento de derrota ou dor que devemos chamar à Deus para confabular, mas sim em todos os momentos. Deus deve ser louvado constantemente, assim como o homem respira deve louvar à Deus e pedir com constância orientações dos mestres espirituais, anjos e arcanjos que olham por nós e nos ajudam quanto mais nos damos conta deles, sempre orar para que delineiem seu caminho da maneira mais adequada, e caso necessário intervenham na permuta de teu destino. Assim com se respira deve se orar!

      Ter a consciência de que a vida é maravilhosa, bela e misteriosa é imprescindível para uma vivência profunda das verdades eternas.

      O segredo está em desvendar o que quer o espírito ( o seu próprio espírito ), pois nossas sub-vontades do corpo e da razão são tão aparentes quanto o mundo em que vivemos. Ter a consciência de estar vivendo em um mundo aparente, tudo é pois tão pequeno diante do “mundo espiritual”, diante da transcendência quanto é um punhado de areia diante de vasta costa marítima de um país. É pesaroso notar como muitas vezes nos agarramos à este punhado de areia, como se representasse tudo o que possa existir. Aquele que nota a grandeza da costa logo ri de si mesmo, e de quão cego ou ingênuo fora até então.

       Há de se ter a “consciência espiritual” 24 horas por dia, ou seja: à todo momento, em todos os minutos e segundos, pois o mundo não é dividido em dois ( Espiritual e Físico ) senão é composto de uma única unidade. Caso esta consciência espiritual se esvaia ou seja parca o indivíduo terá pouca noção da realidade. Tão mais importante é isto quando sabemos que é o mundo espiritual a essência de tudo, enquanto que o “mundo físico” é mero e ínfimo reflexo do espiritual.

      É tarefa árdua e difícil a aproximação ao mundo espiritual, é acúmulo do desenvolvimento intelectual, sentimental, moral e criativo do indivíduo. Na junção de infindável quantidade de orações, seja em pequenos trechos, escassas palavras ou longas horas de vigília.

      O quê é júbilo? Transcendência, realização e êxtase, é um sentimento provindo de uma tarefa cumprida, um dever executado. São aqueles poucos minutos que valem por uma eternidade, ousaríamos dizer que são os momentos de glória, a realização de nossos sonhos mais belos.

      A vida é feita de sonhos, o homem traça em sua existência determinadas metas ( inicialmente irreais ), então labuta em torno disto, luta através de diversos caminhos para atingir seu sonho. Algo que foi estipulado por uma criação mental dele, tudo partiu de um princípio criativo pessoal.

      Sem estes sonhos ou metas a vida não teria sentido, orientação ou direcionamento. Logo para se viver, no sentido pleno desta palavra, deve haver um sonho, uma sina.

      Qual é a sua sina? Qual é o seu sonho? Qual é o nível de importância que você coloca nesta pretensão? É uma pretensão à curto, médio ou longo prazo? É uma ou são muitas pretensões? O nível de importância que você coloca em seus sonhos irá indicar o quão intensamente você se direciona num determinado caminho. Do contrário a vida se torna um labirinto sem sentido certo, sem rumo, no qual não sabemos o quanto deveríamos nos aplicar em cada atividade, nem qual seria, numa visão ampla: o objetivo desta atividade, nem de que maneira esta estaria integrada com as outras.

Os sonhos são a criação inexistente

Que nos faz viver

O suor é a atividade incessante

Movida pelos sonhos inexistentes

Somos movidos por algo inexistente

Que do logrado passa a existir

Encontra-se assim o júbilo do êxito

É a maior ascensão da vida

São os minutos eternos

Logo deve haver outro e outro sonho

Abençoado seja aquele que muito sonha

Pois este é o que vive

  E – A LEMBRANÇA E SUA SIGNIFICAÇÃO

      A vida é feita de retornos, pois sonhos antigos podem ser retomados, quando isto ocorre têm-se a sensação de estar nascendo novamente, e é somente no momento do renascimento que se pode ter a consciência de quão vazia é a morte. Quando se está morto é impossível ter a noção da profundidade do efeito da própria morte. É evidente que falo aqui num sentido metafórico, uma alusão que pode ser aplicada à qualquer atividade da vida.

      Explicar-me-ei: O indivíduo cessa uma atividade por período prolongado, e retorna, renasce novamente, só se dá conta da importância desta atividade quando a pratica e não no período em que se abstêm dela.

      Estamos constantemente renascendo em determinadas atividades, nascendo em algumas outras e morrendo em outras.

      Isto porque o viver nos proporciona muitas opções, selecionamos algumas delas, e se acaso deixamos de desempenhar determinada atividade por período prolongado diz-se que perdemos a noção da importância que esta atividade tinha para conosco.

      Por quê isto ocorre? Justamente porque o ser humano se preocupa demasiadamente, ou em maior proporção com o momento presente que com o passado ou com o futuro. A unidade de nossas vidas é encontrada com a soma de todas as vivências ( passado ), com o presente e as pretensões ou sonhos ( Futuro ou futurização ). Assim, a essência de uma pessoa só pode ser encontrada com a soma de passado, presente e futuro.

      A maioria das pessoas, como dito, se preocupa com o presente, não por causa de uma vontade própria senão por uma tendência natural do ser humano, poderíamos também dizer que é uma fraqueza ou preguiça do espírito, já que o consciente foge à sua completude.

      O fato é que fora dito que na ausência de determinada atividade perde-se a noção de sua consistência e importância. Não obstante é fato de que uma rememoração, uma lembrança profunda irá dizer o quão importante era esta atividade ou vivência.

      Posso lembrar o quão importante era a corrida para min sem estar correndo há anos e anos. Impossível é lembrar a sensação da corrida, pois esta é provinda dos sentidos e não do intelecto. Pode-se lembrar a importância de determinada atividade, mas não a experiência de vivência desta atividade.

      Da mesma maneira quando criamos novas, criativas e diferentes expectativas para o futuro, inovamos o estoque de sentidos que damos às coisas já existentes, mudando levemente ou mais intensamente o sentido destas coisas.

      Lembremo-nos que recordar é uma experiência ativa, pois a lembrança não é uma imagem fixa senão algo com o qual dialogamos de diferentes maneiras a cada vez que acessamos, e temos uma perspectiva nova para com determinada lembrança a cada vez que recorremos à ela, dela extraímos coisas diferentes a cada vez que lembramos, por isto lembrar é vivenciar e não repassar uma fita de vídeo que é igual toda vez que vista.

      Assim temos que tanto o passado quanto o futuro ( Perspectivas ) tratam-se de vivências. Por isto podemos considerar estas três sub-divisões do tempo como um todo, que pode ser denominado de “unidade da vida”.

      As pessoas que têm o hábito de rememorar, em geral chamadas de saudosistas, começam a notar o real sentido daquilo que já foi vivido, muda-se o sentido e nota-se que durante a vivência não se sabia exatamente o valor da vivência. É ditado popular:  - Somente quando não se têm é que sabe-se o quanto vale! – É por isto que rememorar é uma capacidade essencial à busca do verdadeiro sentido da vida, que deve evidentemente ser constantemente evocada.

       Também é com a lembrança e com a formação das perspectivas futuras que nos damos conta da vasta amplitude do sentido geral da vida.

 

F -  O CARÁTER NO ESPORTE

        Uma das pretensões que tenho com este livro é imergir no tema da corrida, de quando em vez, e inseri-lo na abrangência da vida. Já que sendo um corredor tenho sempre grande curiosidade em desvendar as questões filosóficas do corredor.

      A capacidade intelectiva é a chave para o sentido moral da vida, um ponto inicial que têm como outras ferramentas os sentimentos.

      Companheirismo, amizade, metas, desafios, coragem, força de vontade , persistência, perseverança, fé, religiosidade, resistência, concentração, indiferença à dor e controle são as características de um maratonistas.

      Um sujeito, que pelo caminho das necessidades desenvolve em si estas características, e se acaso me perguntassem se a maratona desenvolve e forma o caráter de uma pessoa, eu respondo tanto pela vivência prática quanto pelas explanações teóricas de maneira pungente e absoluta: Sim!

      Mas o que é que consideramos por caráter? É o que distingue uma pessoa de outra, a personalidade, a firmeza de vontade e a constância e estabilidade relativas na maneira de agir e reagir; O feitio moral. ( Do dicionário )

      Caráter é o que caracteriza. É como quando perguntamos: Qual será o caráter de tal reunião? Esta pode ser festiva, de trabalho ou comemorativa, à fantasia ou radical, serena ou cheia de baderna. Ou seja: Qual é o tipo? A feição? A cara?

      Nas pessoas o mesmo ocorre, cada qual desenvolve caráteres diferentes. A pergunta exata que deveríamos fazer é se a corrida desenvolve determinado caráter no ser humano, ou seja: Se lhe proporciona determinados tipos de características.

       É evidente que sim: O caráter já foi definido nas linhas anteriores, é desenvolvido de acordo com a quantidade e qualidade dos treinos. No entanto surge-me uma pergunta, que ao meu ver é desagradável: É o caráter que define a qualidade do treino ou é o treino que desenvolve o caráter do corredor?

      As duas afirmações estão corretas. Para melhor exemplificar esta idéia farei a descrição real de minha experiência como patinador “street”:

      “Quando via os outros patinadores saltando largas escadarias nas praças ficava boquiaberto, chegando a pensar que o que faziam era loucura. Minhas façanhas eram indizivelmente menores, constavam em apenas conseguir, com bastante dificuldade saltar uns três degraus e pronto. Todavia, para minha surpresa, aos poucos fui evoluindo, de tal modo isto transcorreu que em determinado momento notei que minhas pretensões eram tão ou mais audaciosas quanto a deles: procurava os locais mais altos dos quais pudesse saltar, e ainda, quando já treinado naquele lugar, procurava novas maneiras de saltar; De fato muitas vezes caía e me estatelava no chão, não obstante, assim como aprendia a voar aprendia a ir de encontro ao chão da maneira menos desagradável possível, o que requer certa propriedade artística supostamente.”

      Caros leitores: Nota-se que na medida em que o patinador salta e melhora seu desempenho também melhora sua coragem, força de vontade, técnica de movimento, força física, resistência física e psicológica para suportar as variáveis negativas e equilíbrio. Coexistem aqui características psicológicas e físicas. É seu caráter que lhe permite executar um salto, na medida que melhora seu caráter o aumenta e pode ousar novos e incautos saltos, pois se a força de vontade não fosse cada vez maior ele não iria buscar novas e maiores dificuldades senão ficaria estagnado nas mesmas.

      O mesmo ocorre com o corredor, principalmente aquele que chega a ser maratonista, pois desenvolve determinadas peculiaridades psíquicas que são concernentes àqueles que desempenham tarefas extremamente laboriosas e de conclusão árdua e penosa.

 

Cegos pisamos num caminho

Andando a passos largos

Numa direção imprecisa

Certos de que tudo está certo

Tudo é como deveria ser

Somos nós quem construímos nossos destinos

Não obstante somos inevitavelmente sujeitos às circunstâncias que nos envolvem

Por isto a liberdade é relativa

Mediante isto

Nossas vontades, nosso querer é submetido ao mundo que conhecemos

Ao que julgamos por mundo

Pisamos no pouco caminho que conhecemos

Vamos por onde nossa restrita vontade nos leva

Pensei que fosse um direito

Saber para onde se vai depois da morte

Esta informação causaria problemas à muitos

Pois a vida existe ( Material )

O fato de ela existir é a prova mais precisa de que nisto há importante motivo

A ti te basta saber que esta é a tua função

Este é o teu trabalho

Por quê pensar no que irá me ocorrer se acaso perder o emprego?

Quando se está empregado pode-se consultar um desempregado para saber o que sente ou como é o desemprego.

36 - Sobre a transcendência

 

36 - SOBRE A TRANSCENDÊNCIA

Das dores

A pior é a da moral

Pungência da alma

Onde fica aquela fina camada

Que separa a terra do céu?

Como é que se pode

Sentir aquela delicada fragância?

Que aos toscos narizes

Passa despercebida...

Detalhe sutil

Esta nas profundezas  submersas

De tua própria mente

Está tão inserid em tí

E tú está tão fora dela

Que jamais a verá

Ainda bem que existem mistérios no mundo

Mistérios em tí

Pois se não houvessem

De que valeria viver?

O mistério move a alma

Ao menos aquela que sabe de estranhos mistérios

A outra que em nada vê mistério

Está paralizada pela própria cegueira

De enxergar um mundo sem mistérios

Sem fé e devoção não há mistério

Que não seja trazido à consciência

Sem fé não se mergulha nas profundezas a mente

Vangloriamos o mistério

E mesmo que nele porventura imergimos

Ainda será misterioso

Pois é sempre maior que nós mesmos

Tudo o que é maior não pode ser jamais completamente desvendado

O mistério é maior que o homem

No entanto está dentro dele

A imaginação é uma escuridão abissal

Donde podem sair presságios de inteiras sinfonias

Ou esboços de esplêndidas paisagens

Fragmentos de passados inteiros

Ou pedaços de grandes esculturas

A imaginação é ao homem desconhecida

Representa sua lembrança não inventada

Pesares não chorados

Risos não lembrados

Obscuro campo inexistente

Novidade que chega do nada

35 - Ritmo da alma

 

35 - RITMO DA ALMA

      A discussão se dará em torno da inter-relação entre cada tópico que foi abordado de maneira separada até agora:

      Considerado intuição-sentimento ou intuição-razão, fazendo repercutir a razão-nova intuição ou sentimento-nova intuição, num processo que pode se estender ao infinito. Exemplo de tal façanha pode ser representado pela cítara na música indiana e pelo jazz na cultura ocidental, encontramos na cítara um interessante fenômeno de:

INTUIÇÃO-RAZÃO-SENTIMENTO-TRANSCENDÊNCIA

      Tudo é transcorrido à partir de um fenômeno intuitivo porque trata-se de música improvisada, têm-se que um processo está relacionado, justamente porque incita este outro. Uma intuição incita um determinado processo intelectivo, que por sua vez, abre ou forma um novo nicho propício à outra intuição.

      Um esboço que representaria de forma fidedigna este processo é o de um círculo.

DESENHO

      Como poderíamos aplicar este círculo ou este conceito em uma visualização prática? Um músico é tomado por repentina intuição, irá ( Enquanto compõe e toca ao mesmo tempo ) interpretar pela razão o que foi inventado, logo é criado um ambiente de sentimento ( Com seus conceitos, valores e idéias pessoais ) levando ao estado transcendental, e dando margem à criação de novas intuições.

      Parece que o que estamos tentando fazer aqui é procurar saber quem nasceu primeiro: Se o ovo ou a galinha. É a intuição que é interpretada pela razão, tendo ela sobrevindo antes, ou a razão está presente em todos os momentos desde o principio até o final da intuição?

      Esta problemática é resolvida quando tomamos como base que, as duas últimas ( 4a e 5a ) ferramentas que o homem dispõe para conhecer o mundo não requerem nem a primeira nem a segunda como princípios fundamentais.

      Assim, quando o indivíduo está num estado intuitivo em maior proporção em sua constituição ele não terá em si a razão ou intelecto latejando em sua consciência. O problema é que quando estamos num estado intuitivo se quisermos interpretar a intuição de alguma forma temos que retornar ao nível da razão e sairemos da maior porcentagem em estado de intuição, pois a melhor forma de pensar na relação entre os 5 estados de contato com a realidade é feito por porcentagem, pois tudo está atuando ao mesmo tempo, e os tópicos anteriores foram exageradamente drásticos apenas por fins elucidativos. O fato é que tudo atua ao mesmo tempo em diferentes intensidades. Exemplo:

Físico                 – 5%

Racional            – 10%

Sentimental       – 15%

Intuitivo            – 40%

Transcendental – 30%

      A pessoa constitui a soma de todos os valores. Um músico no exato momento em que cria ou improvisa têm maior nível na intuição que na razão, momentos depois ele irá perceber racionalmente o que fez, sua habilidade física é o meio físico que ele precisa para tocar a música.

      Deste modo não podemos dizer que cada uma de nossos meios de interação com a realidade têm intensidades fixas, senão variam conforme cada situação. Ainda que possamos dizer que as pessoas se diferenciem de maneira irrisoriamente notável em seu “jeito de ser”, ( Atleta, Intelectual, Artista e Médium ) no entanto estas diferenças são construídas, porque elas desenvolvem o que mais é utilizado.

      Se a pessoa têm mais contato com valores religiosos é natural pensar que há maior propensão para que ela tenha maior nível em sua capacidade transcendente, ou em sua visão transcendente do mundo.

      Se o músico gosta de improvisar, será mais intuitivo. Se gosta de compor contrapontos e escalas será mais racional, ainda que esteja ambientado na arte. ( Porque tudo se relaciona )

      Com esta nova teoria, podemos afirmar com convicção de que as personificações que nos fazem diferentes uns dos outros são ilusões criadas por nossas vontades.

      Para “ser” basta acreditar que se é. Esta frase, aterradora e reveladora ao mesmo tempo nos traz a idéia de que toda a personalidade é falsa, e, a única coisa que se iguala nos seres humanos é o “querer ser”, o que condiz com a única coisa real pois a personalidade é uma ilusão.

      No entanto homem destituído de personificação é homem destituído de personalidade, por isto é possível dizer que o desenvolvimento da personificação representa a luta que o homem trava com o mundo, é a criação e invenção de sua própria personalidade e individualidade.

      Quando Jesus diz que todos são irmãos, e portanto iguais, se referia à raiz do homem, que é um ser sem personalidade ou individualidade, o que faz com que todos constituam a mesma essência, que é respectivamente a busca que defende a filosofia Indiana. Buscar esta raiz significa perder-se de si mesmo ( Já que o “eu” personificado é uma ilusão ) e entrar num mundo onde a única coisa que existe é a vontade.

      Um aspecto a se ressaltar aqui é de que o maratonista naturalmente trabalha a vontade essencial de maneira descomunal, e por isto desenvolve uma vertente que no ser humano constitui a única coisa que não é ilusória.

      Poderíamos dizer que a vontade é o princípio de todas as coisas, neste caso entende-se por todas as coisas o tópico personificações humanas.

      Não é à toa que todos os que participam de uma maratona se sentem iguais, ou despersonificados, a única coisa prepoderante para o término de uma prova desta envergadura é a vontade.

      O que, no entanto, move a vontade? O que faz surgir a vontade? Os conceitos e valores pessoais que fazem parte da personificação formam um ambiente propício ao surgimento de determinadas vontades. Vê-se que a vontade ( Que é o princípio essencial )  não somente forma a personificação como se comunica com ela mudando seu caráter.

      Não ouso tentar saber como teria surgido a primeira vontade de todas, mas é certo que esta foi a que deu margem ao início do longo processo de personificação, poderíamos colocar mitologicamente como uma fagulha criada por Deus, se foi criada por ele já nasceu acesa, e por isto têm vontade, a partir daí esta vontade interage com cada uma de suas 5 ferramentas de conhecimento do mundo, de modo que para conhecer o mundo em sua maneira crua e verdadeira não se deve utilizar nenhuma ferramenta, pois as ferramentas distorcem o objeto visto.

      O que se deve fazer para melhor entender o mundo em sua constituição crua é fazer uma interpretação geral de todas as 5 ferramentas e chegar à um patamar abstrato que possa superar à cada uma delas. ( Para isto auxilia a criatividade e a imaginação com o fogo da vontade )

      É como dizer que um indivíduo têm 5 óculos coloridos, e que nunca pode ficar sem óculos, o melhor que deve fazer para entender o mundo como ele é ( Suas cores reais ) é fechar os olhos e fazendo uma interpretação geral de todos os tipos de contato que travou com o mundo usando cada um dos óculos, com o auxílio da imaginação e criatividade, criar um novo mundo que não se possa comparar aos anteriores conhecidos. Do contrário, numa vivência tradicional ele nunca conheceria o colorido que o mundo é. Isto pode ser metaforicamente uma boa explicação para o fenômeno de transcendência espiritual. A única maneira de conhecer o mundo “cruamente”, antes das personificações. Deste modo a transcendência não seria uma personificação como foi classificada, mas sim a busca por algo que esteja fora das primeiras 4 personificações do mundo ilusório ou o encontro do mundo verdadeiro.

      Teríamos o seguinte quadro:

DESENHO

      Com a metáfora dos óculos para melhor elucidas, temos que o mundo é amarelo, e que só podemos conhecê-lo como ele realmente é quando estamos despersonificados ou só instituídos de vontade, ou então quando buscamos através da personificação total algo que transcenda à ela própria com o auxílio da imaginação e da criatividade. Assim: O único modo de conhecer a realidade crua ou pura é com a vontade primordial ou com a transcendência.

      O maratonista vivencia durante a árdua prova a vontade inicial, pois o que mais se aproxima dela é o físico ( continuamos seguindo a cadência de interpretação da realidade mais ou menos complexa ). Já a pessoa que pratica meditação vivencia a transcendência. Por isto a transcendência é o mais alto grau de complexidade e vontade primordial o mais alto grau de simplicidade e ausência.

      Tanto um quanto o outro conhecem a realidade por dois caminhos totalmente distintos, um pelo empirismo total, e algo que venha antes da interpretação física do mundo: A vontade. O outro pelo abstracionismo total e por algo que esteja ainda depois disto: A transcendência espiritual.

      A busca da realidade por parte do ser humano deve-se dar de uma destas duas maneiras, o perigo é ficar perdido no que está entre os dois, ou no mundo ilusório de cada uma das 4 ferramentas.

      A percepção de que as 4 personificações são ilusórias só se dá quando se enxerga elas estando fora delas ( Mito da caverna ). Podemos transmitir a mesma idéia de maneira diferente: Só se chega à verdade estando antes do primeiro passo ou depois de tudo. Antes do “eu” ou depois do que se possa entender como mundo.

      Ou se retorna à fagulha primordial ou se transpassa uma realidade ilusória até se chegar à transcendência.

34 - acontecimentos oriundos de campos místicos ou transcendental

 

34 - acontecimentos oriundos de campos místicos ou transcendental

 

Criou-se em torno do misticismo uma incólume onda de informações, verdades, descrições e fatos que podem fazer quem o recebe estranhar e assustar-se, ou mesmo impedir o entendimento pleno de um determinado fato ou modo de pensar. É nisto que erram aqueles que querem algo ensinar com apenas duas ou três prerrogativas.

     Os acontecimentos oriundos de campos místicos ou transcendental, para que possamos nos sentir mais cômodos, devem ser explicados de modo detalhado, devem ser vistos todos os aspectos, as ressalvas e as diversas possibilidades possíveis.

      Na mediunidade tudo ocorre como com um maratonista. Não vejo como possível um sujeito qualquer, de maneira repentina correr uma maratona sem haver previamente feito um árduo, exaustivo, largo  progressivo treinamento psicológico e físico ou corporal Assim, igualmente se dá com a mediunidade: Há de se insistir com austera severidade nos objetivos espirituais, numa luta travada consigo mesmo o pretendente segue as regras já descritas num progressivo perceber de sua realidade.

      Deste modo, é natural que um ainda não iniciado fique aterrado com coisas que lê a respeito, da mesma forma que um desentendido em corridas se assustaria se acaso soubesse que o ser humano pode correr 42Km m ritmo vertiginoso ou “puxado”. Ou mesmo um maratonista ficaria abismado, embasbacado e aterrado ao conhecer ultra-maratonas de 100, 200 ou 300 quilômetros.

      Todos irão se apavorar ao ver o alto nível de desenvolvimento de uma determinada vivência. A ressalva está em dizer que os incrédulos são apenas os ignorantes, os que não conhecem, não estudaram e por isto não têm uma noção precisa, apenas idéias vagas que se distorcem formando verdades ilusórias nas suas mentes. Ou mesmo até por falta de material informativo têm uma noção super limitada de determinado assunto.

      Acontece que a noção limitada não é percebida por aquele que a têm como algo limitado senão como uma verdade. O pior que pode ocorrer é a pessoa sequer saber que ignora grande parte de uma realidade, que não sabe, que não detém o conhecimento total.

      O grande mal não é não saber, mas sim: não saber e crer que o pouco que sabe já condiz com tudo o que se possa saber.

      Discutimos aqui sobre o assunto “ignorância”. É por isto que as pessoas não entendem as coisas, ou quando entendem assimilam de forma distorcida. A mídia em geral expõe os assuntos de maneira rápida, fugaz buscando igualmente resultados rápidos e fugazes. Com isto não dão aos receptores da informação o fato de que aquilo é resultado de um largo processo de desenvolvimento.

      Assim, é fácil tornar-se incrédulo diante de verdades espirituais, pois não se conhece o processo que foi necessário para ali se chegar. O que faz existirem ateus não é uma mentira deliberadamente transmitida mas sim a omissão de grande carga de conhecimentos. Por isto diz-se que o conhecimento é poderosa arma, que transforma totalmente a maneira de pensar e refletir, conseqüentemente de perceber e viver o mundo.

      Estas idéias traduzem de maneira bastante pertinente o fato de que o aprendiz não entende o Sensitivo, mas o contrário ocorre.

33 - Explicação dos “5NPR” sob cada uma das personificações humanas:

 

33 - Explicação dos “5NPR” sob cada uma das personificações humanas:

 

      Breve Introdução: Inicialmente gostaria de dizer que as personalidades exemplificadas estão postas para fins de exemplo, no entanto podem ser substituídas perfeitamente por outras similares que se adequem às suas características peculiares, um atleta pode ser um caçador, pedreiro, cavaleiro, guerreiro, soldado ou índio. Um intelectual pode ser um professor, matemático, contador, jogador de xadrez, escritor, sábio ou mesmo teólogo já que as categorias se misturam perigosamente. Um artista pode ser um músico, bailarino, pintor ou pode ser representado até por um arquiteto que a pesar de metódico tenha certa liberdade para usufruir de ousada criatividade.

      Um intuitivo não consegui definir qual personalidade se adequaria mais à esta categoria, é conveniente dizer que representa um meio termo entre o artista e o médium, este último pode ser representado como um religioso, devoto, brâmane ou um místico imbuído de intenções e meios ou estados transcendentais.

      Sinto muito pesar em dizer isto, mas o fato é que quanto mais atleta ( maiores as capacidades, vivências e totalidade da vida pré-ocupada e ocupada com este âmbito ) mais primitiva é a vivência, pois o físico é o 1o “NCR”, se bem que isto é o mesmo que dizer que quanto mais apegada a pessoa é à somente um dos aspectos mais limitada ela é nos outros 4.

      No meu entendimento a experiência dos sentidos físicos ( Tato, paladar, audição, visão, odor ) é o meio de percepção da realidade mais tosco e primitivo, justo por isto foi colocado em 1o lugar na escala de progressão.

      Reafirma-se então, que o atleta têm a percepção mais limitada da realidade. No entanto não estudamos ainda qual é a sua percepção específica das outras quatro modalidades. Estou desconfiado que a própria divisão proposta é inviável, já que o ser humano é completo, no entanto poucos são perfeitos e equilibrados assim, deste modo, para fins de estudo é interessante fazer-se esta suposição com divisões bem delineadas, ainda que possa parecer um tanto extremista.

 

I – ATLETA:

1)FÍSICO-FÍSICO – É óbvio que um atleta precisa de suas características físicas para desempenhar seu papel durante treinos e competições, no entanto é notável concluir que a percepção que um médium têm do físico é totalmente distinta do que a que têm o atleta, este é um dos motivos que me faz afirmar que a percepção do físico pelo físico é mais primitiva do que as que se originam de outras fontes. ( Racional, Sentimental, Intuitiva, Transcendental )

2) FÍSICO-INTELECTUAL- De que maneira um atleta se utiliza do aspecto racional? O quanto isto é diferente do Intelectual, do Artista, do Intuitivo ou do Médium? ( Conforme na tabela comparativa ) É evidente que faz isto sem muitas abstrações, nem termos subjetivos, mas sim com aspectos práticos e sensórios. Precisa saber jogadas específicas, entender formações, táticas, regras do jogo, entender sinais de comunicação do árbitro e do técnico. ( Não nos esqueçamos que este atleta pode acabar o jogo de futebol e ir às suas aulas de química ou retórica, sendo um ser humano de dual capacidade de entendimento do mundo )

3)FÍSICO-SENTIMENTAL – Até que ponto um atleta é um artista? Podemos dizer que uma jogada é tanto genial quanto bela. Assim relacionamos o intelecto que a criou. Só será bela no entanto se acaso o atleta teve esta intenção, pois não adianta um espectador dizer que foi uma obra de arte determinada jogada sem que o jogador tivesse a intenção de criar algo belo, diferente e artístico.

      Qual é o artista que faz art sem querer? Sem a intenção. Esta nossa concepção é aplicada porque a essência de algo é colocada na intenção e não no resultado. Se o corredor se vestiu de palhaço ou super homem e saiu cantarolando e versando poemas numa maratona, certamente estava imbuído de intenções artísticas, assim pode mais facilmente ocasionar um resultado emotivo. A emoção é mais vinculada à arte que ao físico, ainda que um esforço extremo possa ser motivo de uma efervescência dos aspectos psíquicos, dando um caráter sentimental ao movimento.  

4)FÍSICO-INTUITIVO- Meio termo entre o sentimento  a transcendência, já ouvi muitos dizerem que as idéias surgem melhor quando dá uma volta para espairecer a cabeça, arejar um pouco, andar por aí. Temos nosso exemplo inicial colocado sobre o intelectual que anda de um lado para o outro. ( Tópico: Sobre o movimento ), diríamos que o movimento favorece nos processos intuitivos. Talvez em muito menor intensidade que o homem que é propriamente um intelectual, pois o atleta não têm subsídios teóricos ou ferramentas que o capacitam à um trabalho mental absolutamente abstrato.

      A intuição é o fermento do intelecto: Como podemos dizer então que um atleta pode ser intuitivo se não têm subsídios ou ninho para fazer pousar este pequenino e fugaz pássaro que se chama intuição? Termino esta parte com esta pergunta fatal e reveladora ao mesmo tempo.

5)FÍSICO-TRANSCENDENTAL – O atleta é aquele que mais se afasta de um conceito filosófico da religião mais elaborado e complexo, pois é mais apegado à percepção dos sentidos. Por isto ou ele é ateu ou um crente fundamentado em dogmas. Ou ele diz: - Só acredito vendo! – Ou aceita as verdades divinas que não devem ser refutadas sem quaisquer discordância ou revolta conceitual. Os alicerces principais para a transcendência são o sentimento e a intuição. Os atletas ( fazendo uma analogia com os intelectuais ) chegam ao êxtase sentimental através de um processo de inflamação que se inicia no corpo e termina na psique, enquanto que os intelectuais chegam ao sentimento iniciando na psique e num desenvolvimento intelectivo que leva em consideração o sentido das coisas, relações inter-pessoais, conceitos e idéias que acabam também na psique.

      Para se chegar à transcendência o mesmo processo se inicia através do físico, passando pelos intelecto, sentimento e findando na transcendência. O que é mais difícil porque o caminho é mais longo e porque as “ferramentas de trabalho” são mais limitadas.

      Insisto em dizer ao leitor que estamos dando exemplos extremos, para fins de estudo, é certo que cad um de nós têm níveis variados de cada uma dos “5 NPR” podendo ter duas ou mais muito desenvolvidas.

 

II – INTELECTUAL:

 

1)RACIONAL-FÍSICO – Falamos aqui do escritor ou do leitor ávido de conhecimentos, que irá fazer sua corridinha no parque, de início é viável crer que não será provavelmente um corredor de elite, já que grande parte de seu tempo é despendida em atividades de caráter intelectivo. A corrida pode não ser muito intensa fisicamente falando, no entanto a percepção racional da corrida será mais ampla que a do próprio atleta, percepção esta que envolve lembranças, conceitos, vivências, teorias e pensamentos. Por isto sua experiência de corrida é completamente distinta da que têm o atleta.

      Sua maior facilidade em tornar o mundo que o circunda e a si mesmo em concepções abstratas análogas ao mundo dos sentidos proporciona um passo à frente na criação de um mondo interno mais rico em detalhes, o que propicia maior facilidade no surgimento e até na fundação de uma aplicação de vivência integral à corrida.

2)RACIONAL-RACIONAL – Como o intelectual vivencia sua própria capacidade intelectiva? De quê modo um problema de matemática poderia ser transposto se não deste? Este é o processo de entendimento da realidade que não depende ( E que muitas vezes nem chega a entrar em contato ) da experiência prática. A teologia por exemplo funciona assim, a matemática, física, química e até a dialética são processos de abstração da realidade que nos dão subsídios a continuar com um processo de entendimento cada vez mais complexo desta mesma realidade, até chegarmos num ponto que só pela prática seria impossível.

      Um conto de caráter metafísico é mais abstrato  que um conto que retrate uma trama de amor e seus vários acontecimentos de caráter “prático” desta história, ou mesmo um conto burlesco. Existem níveis diversos de abstração, o racional pelo racional é este trabalho que a mente empenha por si mesma para explicar e entender a realidade, vivenciando-a, pois o trabalho intelectual também é uma vivência. ( Imprescindível ressaltar este aspecto: A mente por si, dentro de si também é uma experiência de realidade, pois o mundo interno também é real. )

      Até mesmo a corrida, neste momento passa à um novo patamar, quando entendemos que aquilo que antes era uma experiência dos sentidos passou a ser também um termo, um conceito completamente abstrato, e passa a ser “remoído” internamente mudando sempre seu caráter através da especulação intelectiva. ( É o que fazemos aqui )

3)RACIONAL-SENTIMENTAL – A razão e o desenvolvimento geral do intelecto são um passo para o desenvolvimento e inflamação dos sentimentos, pode-se dizer que é um meio ou caminho para aí se chegar ( assim como foi dito que o corpo é também outro caminho ). O que seria estranho é seguir o caminho reverso, indo da arte à razão, mas este assunto será visto mais adiante.

      Assim, é mais um meio que o maratonista, que é também um intelectual, têm para trazer à tona seus sentimentos, ainda que ele não leve as suas capacidades físicas tão ao extremo quanto o atleta. Ocorre que o sentimento é desenvolvido por um ato de raciocínio, supostamente um raciocínio mais complexo trará um sentimento igualmente mais complexo.

      No entanto não há a possibilidade de chegar-se aos sentimentos com raciocínios matemáticos ou de química, somente pela sensação de satisfação que advém de uma heróica resolução de grandes equações. Uma meta atingida é um termo abstrato que partiu de uma vontade preliminar, uma idéia colocada a partir de valores, portanto racional. Por isto o raciocínio é necessário tanto à melhor compreensão das diversas emoções como um fator preponderante ao surgimento delas.

      Não obstante o raciocínio dos sentimentos funciona até certo ponto através da linguagem idiomática, passando esta zona limítrofe não se entende a emoção com especificidade, por isto os sentimentos estão colocados num nível mais elevado que o raciocínio e não no mesmo.

      Uma das funções de um livro, além de jogar com o intelecto e brincar com os neurônios é fazer emocionar.

4)INTELECTUAL-INTUITIVO – Como já dito a intuição é um pássaro fugaz que se aninha somente onde haja um ambiente intelectual propício. Ora, se assim é, certo seria afirmar que mais intuitivos podem ser os intelectuais que os atletas, ou ao menos o acometimento de intuições seria mais freqüente naqueles que desenvolvessem o lugar onde a intuição se dá: A mente.

5)INTELECTUAL-TRANSCENDENTAL – O julgamento que faço desta vertente particularmente é negativo, pois o estado de transcendência já foi discutido anteriormente como o caso do médium, é irrisóriamente cabível conceber que o médium chega à um “estado transcendente” muito mais facilmente que os outros 4, mesmo que para isto ele ainda se utilize destes 4. Desta mesma maneira ocorre, porém no processo inverso: o intelectual antes de experimentar a transcendência deve entendê-la racionalmente. ( Do contrário não conseguiria efetivamente senti-la ) Para isto ele se utiliza de todos os recursos que dispõe: filosofia, teologia, física, psicologia, parapsicologia.

      É, por exemplo, mais difícil que um intelectual aceite um dogma ou verdade mística que um atleta ou um médium. Poderíamos classificar isto como um empecilho à conquista do transcendental, e efetivamente é, pois dogmas e verdades místicas ajudam no processo de transcendência por darem ao indivíduo uma percepção divina do mundo que o cerca.

      Não por isto o fato do sujeito ser um intelectual o impeça de propor uma visão espiritual do mundo, no entanto ao seu modo.

 

III – ARTISTA:

 

1)SENTIMENTAL-FÍSICO – Os sentimentos são a inflamação da alma humana, o que faz alguém realmente humano é a sensibilidade sentimental desenvolvida através de uma vivência dentro da arte enquanto criador. Sentimento: Grande alavanca que faz mover à tudo com grande imponência  reverberação. É mais que evidente a influência dos sentimentos no movimento humano. O levantador de pesos se inflama de raiva antes de executar seus movimentos, e no momento crucial grita como um animal em uma explosão psíquica muito forte. O maratonista no momento em que suas energias se esvaíram busca da mente e mais além da mente: do coração, um sentimento de vitória, coragem e aventura o inunda fazendo possível completar o percurso tão extenso e dificultoso.

      Os sentimentos influenciam totalmente na capacidade de movimento, resistência e força no ser humano. Não quero me ater aqui à aspectos fisiológicos desta questão. Quem pode conter os ímpetos sentimentais de uma pessoa com elucidações das mais laboriosas intermitências retóricas? Ou seja: Fundamentadas num sentido pleno, sincero, calcada num fundamento sólido e certo. A essência da atividade física, o que lhe confere razão de ser, sentido, vida e glória é a arte. A arte completa e preenche as coisas em geral de tal maneira que acaba por doar sangue, coração, pulsação à algo que antes parecia morto.

      Não em si a arte mas os sentimentos que são provenientes dela. Os eventos esportivos como por exemplo as olimpíadas, quando preenchidos por música, danças, desfiles ficam emocionantes, cheios de alegria, tristeza, amor, vida, esperança, paz, etc...

      Não é necessário dizer à quem já correu uma maratona que no momento em que afloram os sentimentos no coração, a esperança, uma nova força invade o corpo de maneira extraordinária o corredor supera a si mesmo, soerguendo uma vontade que parecia derrotada.

      A arte expressa sentimentos, mas também pode sensibilizar as pessoas de tal maneira que a definiriamos também como a causadora de sentimentos, além de ser a expressão pode ser a causa, por isto podemos entender que haja uma transmissão de sentimentos, no entanto não creio que o termo mais adequado aqui seja transmissão de sentimentos, pois estes são relacionados com conceitos de formação pessoal que são respectivamente peculiares à cada pessoa, por isto cada um interpreta à sua maneira uma mesma obra artística, e ainda pode se supor que as pessoas sendo portadoras de diferentes conceitos pessoais podem ser acometidas por diferentes sensações e sentimentos quando expostas à uma única obra, isto pode chegar à tal ponto que nos deparemos com sentimentos antagonistas numa só obra.

      Há a idéia que colocamos em pauta anteriormente: Pode-se fazer arte de algo essencialmente não artístico, como no exemplo do “craque” que sem a intenção fez uma jogada que na opinião e interpretação de outra pessoa foi considerado como belo, e artisticamente criativo, na visão daquele que interpreta é correto dizer que aquilo é arte, mas não na intenção do jogador. Ou seja: uma obra de arte é preenchida pela intenção do criados, também pode receber valor pela opinião de outros que não são o criados.

      A arte só é arte quando considerada como tal, mesmo que para uns não o seja.

2)SENTIMENTAL-RACIONAL – A arte se enquadra muitas vezes num processo metódico e organizacional que lhe concede maior harmonia, beleza e perfeição não tirando sua singularidade e personalidade, que a fazem distinta e inaudita. Não perdendo em criatividade ou liberdade o artista enquadra sua obra num processo de organização que dá à sua obra a completude necessária.

      Desta mesma maneira os próprios sentimentos estão de certa forma submetidos ao crivo da razão, que constantemente procura explicá-los e entendê-los. No entanto vejo como impossível através dos sentimentos chegar-se à razão, já que a organização intelectiva é algo que fecunda os sentimentos, por isto não pode ocorrer o processo inverso.

3)SENTIMENTAL-SENTIMENTAL – É uma coisa muito forte, a interpretação sentimento através do  próprio sentimento. A dificuldade da humanidade recai especificamente sobre este aspecto. Uma pessoa pode entender outra que está expressando sentimentos utilizando seu lado racional, o que seria racional-sentimental. No entanto aqui o sentimento é transmitido diretamente: “coração à coração”, não é necessário entender nada por explanações, explicações ou elucidações, os sentimentos são transmitidos de tal maneira que chegam de maneira extraordinariamente eficaz ao campo sentimental da outra pessoa. As pessoas são obras de arte vivas, e as obras de arte são pessoas, porque a vida é inflamação de espírito.

      Brilho nos olhos, maneira de falar, de se mover, de expressão facial, formato do rosto, do corpo. Tudo pode ser visto como arte. A pergunta é: Acaso o sentimento pode ou não ser transmitido? Pois é algo que depende de valores pessoais, como cada pessoa possui valores diferentes entende-se que a interpretação de uma mesma obra de arte, ou de uma pessoa que expressa seus sentimentos é diferente para cada um.

      Como estes valores pessoais ( Moral, idéias, valores estéticos e políticos ) são delineados em grande parte pela cultura, é viável afirmar que diferentes contingentes culturais possuem uma interpretação da arte e dos sentimentos similar.

      Assim, mesmo que hajam pequenas diferenças pessoais é certo que dentro de um mesmo grupo a interpretação, entendimento e sensibilização será muito similar. Portanto, há pessoas que não conseguem entender determinados sentimentos porque não foram educadas para isto, ou não cresceram na cultura que proporciona o subsídio para que ela entendesse este sentimento.

      No entanto, este apartado não fala de entender sentimento senão senti-lo diretamente no momento em que está sendo expresso, seja por uma pessoa ou através de uma obra de arte. Como recalcitramos antes que o entendimento depende de valores culturais seria condizente dizer que uma pessoa não entenderia sentimentos de outra cultura, no entanto em se falando de sentimento-sentimento não passamos pelo processo de entender senão de sentir de maneira direta.

      Assim: Existem valores humanos sentimentais que independem da cultura. Estes podem ser assimilados diretamente sem o processo racional de interpretação.

       É importante reforçar que estamos falando sobre os 5 tipos de ferramentas para a interpretação da realidade, não defendo particularmente a tese de que um sentimento possa ser compreendido em toda sua plenitude, somente quando sentido, ou uma idéia possa ser entendida somente quando interpretada por um entendimento racional, ou mesmo uma vivência motora para ser entendida e sentida somente através desta vivência. Isto porque há uma inter-relação entre todos estes aspectos, de modo que a realidade pode ser vivenciada com a utilização de outros meios que não seja o seu em específico. Do contrário não seria necessário colocar tantos tópicos nesta luta que estamos empreendendo para descobrir como o homem entende e vivencia o mundo. Colocaríamos erroneamente somente as categorias ambivalentes: Físico-Físico, Racional-Racional, Sentimental-Sentimental e Transcendental-Transcendental.

4)SENTIMENTAL-INTUITIVO – Os meios mais propícios para que haja um “surto”, lapso ou insight de intuição são a razão e a emoção. É na arte que se encontram os exemplos mais marcantes e evidentes de intuição e subseqüente criatividade. Os sentimentos estão ainda mais próximos da intuição que a razão porque não exigem um veículo de linguagem específico nem conclusão de verdades lógicas. Por isto, o artista têm mais facilidade que o intelectual de ser acometido por surtos intuitivos.

      No entanto a intuição é apenas o primeiro passo para uma criação complexa e laboriosamente desenvolvida, o que se faz necessário para isto além da intuição é o método, organização, delimitação, definição de objetivos e metas, que são aspectos exclusivamente pertencentes à razão e ao intelectual.

      Assim, é fácil que um artista, por mais facilidade que tenha em inundar-se de intuições perca-se perigosamente num mundo desorganizado, se acaso faltar-lhe razão. Entretanto o tem base desta vertente é a interpretação da intuição através dos sentimentos: A intuição não é algo que possa ser interpretado ou entendido pelos processos racionais ( Como já foi visto no tópico: “Do não é ao é” ), por isto os sentimentos captam a intuição antes que a razão possa começar eu trabalho de entendimento. Na prática isto condiz com um artista enternecido em lágrimas sem saber exatamente o por quê. O processo intuitivo é uma realidade análoga ao entendimento da razão mas clara ao coração, chora porque seu campo sentimental vivenciou a intuição.

5)SENTIMENTAL-TRANSCENDENTAL – Representa o devoto que utiliza a emoção como vínculo e meio de chegar à Deus, às verdades divinas e ao estado de transcendência psíquica. É certo que a chamada “Santa indiferença” nos traz a idéia de que para elevar-se ao estado de divinização não são necessárias emoções fortes, nem positivas nem negativas, o que nos reporta a idéia de um estado indiferente ao mundo, no entanto as emoções constituem um dos métodos para a busca do transcendente.

      Não obstante, as emoções, quando aproximadas à verdade espiritual são consideradas como distorção, apegos, exageros e realidades limitadas. Isto explica a “Santa indiferença” e nos faz concluir que para atinjir as vrdades espirituais as emoções podem, a pesar de constituírem um meio, não serem o mais adequado mas sim o transcendental-transcendental. ( Que traduz a “Santa indiferença”)

 

IV – Intuitivo ( Não definido )

 

SOBRE A INTUIÇÃO – O que seria uma personificação intuitiva não pode existir porque a intuição, ao contrário do físico, razão, emoção e transcendência não constitui uma ferramenta de percepção da realidade delineada de maneira fixa, mas sim algo vazio e nulo que existe somente em potencial ( Conforme visto no esboço ). Por isto a intuição não pode personificar uma pessoa. Dir-se-á que ela é comumente acometida por intuição, no entanto a intuição só existe onde haja um meio que a suscite, traga e faça dar luz. É como dizer que uma cultura de fungos só nascerá donde haja um local e uma temperatura adequada para isto.

      Assim, têm-se que os processos intuitivos iniciam sim da intuição, mas já com outro componente que a receba ( Seja físico, racional, sentimental ou transcendental ) De modo sucinto, espero que o leitor compreenda, a única coisa que quero dizer é que a intuição não existe, ou para melhor expressar: a intuição é o círculo de todas as nossas potencialidades não descobertas.

      Antes de ser  coisa intuída a intuição é a ferramenta que faz vir à tona o que antes estava em um campo potencial latente. Acabei por me contrariar, pois a intuição existe, é como uma vara de pescar que aparece de repente e logo some.

      Os intuitivos são os astrólogos, cartomandes, magos, bruxas, feiticeiros, etc... O que ocorre é que não podemos conceber que a pessoa tenha uma intuição à partir de uma idéia, mas sim que teve uma idéia à partir de uma intuição.

      O que pode se confundir é que a pessoa após ter uma intuição irá desenvolver no campo das idéias uma criação que se utiliza dos subsídios intelectuais de que já dispõe, por isto não existem idéias que partem propriamente do nada mas sim de recursos e informações já disponíveis.

      Toda a bagagem cultural existente se transforma, relaciona, muda de cor quando acometida pelo insight intuitivo, de modo que o que antes era de um jeito fica com nova formatação, parecendo algo novo e inaldito. ( Mesmo que não o seja exatamente )

      Se a intuição não personifica o homem por não ser uma qualidade permanente, qual seria a personificação de alguém como um cartomande? Acabei de forma patética de colocar-me num beco, caso continuemos esta teoria não haverá saída. Para isto estamos filosofando, talvez a melhor saída seja dizer que a intuição pode personificar o homem, mesmo que isto contrarie algumas regras anteriores.

      Busquei esta saída quando pensei que o cartomande explica suas intuições visionárias com um processo intelectivo, o que significa dizer que interpreta a intuição utilizando-se da razão para perceber esta realidade. ( O que é justamente a RAZÃO-INTUIÇÃO )

      Mas que barbaridade! Acabei por cair no mesmo erro, pois o que se procura é justamente o revés. O revés se passa quando alguém ouve uma obra musical, e curiosamente é invadido por idéias inovadoras, porque a obra lhe propiciou o material adequado à tal ocorrência. Pode-se dizer que ele interpretou aquela obra de arte de maneira intuitiva? Teríamos uma INTUIÇÃO-SENTIMENTO ? ( Ou seja: Uma interpretação da arte pela intuição. )

      Sustento uma opinião retrógrada com relação à esta ocorrência, pois a intuição não interpretou a música senão utilizou-se dela para criar uma nova idéia. No mundo intuitivo interpretar significa mudar, transformar e criar, e não simplesmente entender algo que já exista. Ainda que o que foi criado seja algo real.

      Este tema é demasiado difícil de se desenvolver, entramos em muitas contravenções e por fim defini-se que o vínculo que a intuição têm com o homem é algo à parte, que interpreta de uma maneira muito especial, ininteligível. Talvez por isto tenha sido tão difícil recair neste campo.

32 - Breve mensagem aos incrédulos de Jesus

 

32 - Breve mensagem aos incrédulos de Jesus

 

      Mais importante é a idéia que o fato, se Jesus foi ou não real não há importância preponderante neste fato, mas sim nas idéias que por ele foram difundidas, tenha sido ocasionalmente por outrem não haverá grande importância, pois as idéias são benfazejas, corretas e proveitosas.

     

Sonho fugaz

 

Neste sonho em que canto assim

Tão bonito

Tão perfeito

Não há nada que se torne eterno

Beleza surge de um lugar fugaz

Palavras se desvanecem

Que quando proferidas

Passam como passam as águas

 

 

 

      Nota-se com nitidez que cada aspecto do desenvolvimento de um médium se relaciona intimamente com os aspectos de desenvolvimento de um ser humano, isto é inevitável pois estes são as únicas ferramentas que dispomos para nos desenvolver.

1)PARTE FÍSICA – ( Transcendental-Físico ) Conclui-se com satisfação, através de um processo dialético, que o maratonista, ou melhor: a maratona têm a mesma função de uma penitência ou auto-flagelação, é um desafio aos limites físicos, um empreendimento que têm uma repercussão fortíssima à psique. Também faz-se grande proximidade com as peregrinações religiosas.

2) NA PARTE RACIONAL – (  Transcendental-Intelectual ) Englobamos tudo aquilo que se refere aos estudos e desenvolvimentos racionais  de uma idéia relativa à origens do universo, aos conceitos de Deus, à vida após a morte e às capacidades psíquicas do ser humano. Aqui está a psicologia, parapsicologia, filosofia, teologia ou mesmo as ciências gerais, dentre elas mais especificamente a física, medicina, e bioquímica.

3)NO SENTIMENTAL –  ( Transcendental-Sentimental ) Está a prática moral-social do ser humano pois não existe sentimento sem que haja comunicação, mesmo em se falando de comunicação com Deus. O próprio sentimento de solidão condiz, é fundamentado na necessidade de comunicação, se o indivíduo não vê necessidade de comunicar-se e está só não irá sentir-se solitário. O desenvolvimento mediúnico é submetido às verdades sociais e familiares do evangelho, a parte moral-social é a prática do evangelho que se enquadra no item acima ( Estudo racional ) por isto dir-se-á que tudo se relaciona.

4)NA PARTE INTUITIVA – ( Transcendental-Intuitiva ) Que foi apelidada sabiamente de mística, encontramos o estudo religioso dogmático que se diferencia grandemente da parte racional por aceitar dogmas, ou idéias e sentimentos que não tnham sentido ou nexo lógico mas que de qualquer forma são funcionais, justo por isto está dois níveis acima do aspecto racional. O dogma pode ser definido como uma ferramenta que auxilia para que sobrevenha uma intuição, por isto é importante, no entanto isto só ocorre no caso em que haja fé verdadeira e inabalável.                                                                                                                                                                                                                                                                 

5)NA PARTE TRANSCENDENTAL – ( Transcendental-Transcendental ) Encontra-se a pratica espiritual que se refere às preces, orações, estados alterados de consciência, meditações, curas espirituais, viagens espirituais, premonições, e práticas espirituais das mais diversas independente da religião.

      Acabou-se de explicar o desenvolvimento do ser humano visto sob o prisma Transcendental, nota-se que até o fator Transcendental é visto pelo Transcendental. Assim temos:

 

Esboços

     

      Deste modo temos a possibilidade de perceber cada um dos aspectos da vida sob cada um dos prismas que ela oferece. Já explicamos pelo transcendental; Que tal fazermos com os outros? Têm-se assim os seguintes termos, que definem as tendências do ser humano:

1 – Atleta ( Físico )

2 – Intelectual ( Racional )

3 – Artista ( Sentimental )

4 – Não definido ( Intuitivo )

5 – Médium – ( Transcendental )

      Começando pelo primeiro: Qual é, por exemplo, a visão que um atleta ( que está respectivamente muito mais envolvido com as vivências de realidades físicas ) têm de cada um dos “5NPR”?

      Não foi isto que fizemos com o Médium? Que está situado no transcendental. É necessário fazer este processo com cada uma das “personificações humanas”, aliás os homens somente representam os papéis específicos, pois como dito, em potencial são tudo ao mesmo tempo.

39 - Epílogo

  39 - EPÍLOGO:        A verdade, a verdade é que sempre haverá a necessidade de algo a mais. A vida não se contenta com o pouco que é ofe...