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- Leis fundamentais à todos os médiuns
Poderíamos
colocar este capítulo como sugestões aos médiuns, no entanto, aquele que deseja
se tornar médium não recebe sugestões, senão é submetido à provas espirituais
de alto calão, e se por um acaso for delineado e guiado por sugestões soa
completamente fraco, débil ou mesmo contrário à proposta mediúnica. Seria o
mesmo que dizer que um guerreiro faz seu treino tal como se apresente seu
gosto, vontade, feição, disposição ou humor. Propostas sérias requerem métodos
bem delineados e percauços igualmente sérios, assim se justifica serem leis e
não sugerências.
1 – O ser humano vive de suas ilusões ( O que se faz aqui
é uma constante descoberta mística, psíquica e religiosa )
2 - Deve-se ser
insistente, persistente, vontade
inabalável
3 – Fé de um devoto, crença no místico e desconhecido.
Como um maratonista ou aquele que paga penitências, ou ainda é exemplo de
devoção a auto-flagelação
4 – Percepção de detalhes. Conforme descrito em toda a
nossa filosofia de desenvolvimento através dos 5 meios d contato com a
realidade ( Aprendiz – Sensitivo )
5 – Seguir o evangelho de Jesus Cristo e todas as
recomendações inseridas nele, estuda-lo repetidamente, incessantemente, sem
esmorecer no estudo. Também outros livros complementares são válidos. Ler tanto
parte moral, religiosa, científica, parapsicológica como filosofias diversas,
de culturas diferentes.
6 – Dar aos fenômenos da natureza interpretação mística,
por isto louvá-los ou receá-los. Perceber desde o trabalho das formigas até a
força das tempestades como fenômenos sagrados.
7 – Interpretar as pessoas, e seu arredor, de maneira
complexa ( Com o sensitivo )
8 – Ser criativo e estar vivenciando alguma forma de arte,
não somente como apreciador mas também como criador. Fugir à cultura primitiva
que visa somente a assimilação.
9 – Assim como voz me abençoais eu vos abençôo (
Consciência de seu poder ). Não entender a humildade com algo que está abaixo
de tudo, confiar no próprio poder, na mágica e capacidade pessoal. É dizer: -
Eu posso, eu sou, eu farei, nada irá me abalar, eu sou o todo, não receio, não
vacilo ( Já que Deus está em min )
10 – Entrar em contato com seu consciente profundo através
da arte e do afastamento das coisas superficiais, pragmáticas, mundanas e da
experiência dos sentidos primitivos ( Sexo, violência ou hilaridade retrógrada
)
11 – Apreciar e anotar os sonhos, e inseri-los na
realidade desperta
12 - Praticar meditação e orar constantemente, com
freqüência delineada e fundamentado em parâmetros específicos, desenvolvidos
através de seus constantes estudos e vivências espirituais
13 – Alimentação natural ( Inclui carne ) e atividades
físicas constantes
14 – Desenvolver aspectos sociais-familiares, compromissos
e elos sociais extra-familiares: cartas, telefonemas, encontros, passeios.
Compromissos são válidos aqui. Deve haver iniciativa do médium e não de outrem.
15 – Desenvolver-se culturalmente em todos os aspectos,
respeitar as diferenças e manter uma opinião crítica.
16 – Sempre estar disposto a conhecer coisas, situações,
modos de pensar novos, incautos, jamais experimentados ou mesmo sequer
imaginados. Não somente conhecer como ocasionalmente fazer esta vivência tornar
parte de uma nova realidade
17 – Esqueça o relógio mas não o método
18 – Executar e dar valor aos rituais religiosos
19 – Exercícios de repetição mental auto-sugestiva
20 – Devoção às imagens
21 – Importância dos retiros espirituais
22 – Dizer: Em minha vida, antes mesmo de min, em primeiro
de tudo está Deus, depois pode vir toda a ilusão terrena.
23 – O mal sempre estará à espreita, ora e vigia à todo
instante. Tu és o bem, chama o mal a tí e transforma-lhe em bem.
24 – Come muitas frutas e toma muita água
25 – A solidão é um meio necessário à meditação e oração
Parte dissertativa – Um médium sempre corre muitos
riscos, aliás, muito mais que qualquer outra pessoa, isto se sua fé na proteção
de Deus e sua devoção à ele e Jesus Cristo estiverem enfraquecidos ou
desfragmentados, diminuídas e corroídas por sua própria incredulidade, e também
a fé em sua própria força pessoal. É como Goethe disse: - Quem gosta de abismos
têm de ter asas.
Existe
plenitude na abstinência sexual, alimentar. Coloquei a palavra plenitude,
porque esta atitude não se faz como um esforço, suplício ou contradição da
vontade, mas sim com harmonia que se transcorre de forma natural, espontânea e
progressiva.
O médium
realmente têm asas, no entanto qualquer deslize pode fazer-se perecer e cair no
abismo, uma queda vertiginosa, mais profunda que o próprio nível do solo, onde
as pessoas comuns andam confortavelmente com toda a comodidade. Surge-nos uma
pergunta: Compensa correr tantos riscos e ser médium? A resposta está no fato
de que esta é uma das potencialidades do ser humano, que em geral é obumbrada
por sua própria ignorância ou mesmo falta de vontade. Esta potencialidade se
relaciona com todos os cinco níveis de
conhecimento da realidade ( “5NCR” ) mas que é preponderante no 5o
nível, o transcendental, que é o mais complexo de todos, por isto o mais
difícil de ser assimilado e desenvolvido.
Uma pergunta
intrigante que insurge-me neste instante é referente à qual seria a diferença
entre médium e sensitivo.
Absolutamente!
É algo bastante claro, pois todo o conceito de médium aqui empregado é
relacionado com um “desenvolvimento da percepção extra-sensorial” ou
espiritual ( independente da religião ou filosofia ) que se aplica
respectivamente ao “5o NCR”. Sensitivo por sua vez é um conceito
integral que envolve todos os níveis de conhecimento da realidade já
descritos.
Diríamos
portanto que o conceito mediúnico está dentro do sensitivo, assim, o sensitivo
pode ou não ser um médium, se for um sensitivo total isto ocorrerá
inexoravelmente, já que tratamos aqui do desenvolvimento transcendental do ser
humano. As leis são portanto um método de desenvolvimento do aspecto
transcendental.
Na correlação
destas duas vertentes ( Médium e Sensitivo ) podemos acaso encontrar um médium
qu não tivesse uma característica de total sensitivo mas sim de aprendiz, que é
o caso de partes de sua vida terem um desenvolvimento defasado, como por
exemplo: Intelectual ou Física. Sendo mais difícil que as partes intuitiva e
artística estejam defasadas já que estas são essenciais ao desenvolvimento da
mediunidade. A parte transcendental não pode ser colocada neste conceito, pois
ela se refere ao mesmo termo mediunidade, que como será visto se divide em:
Prática transcendental, Prática moral-social, estudo religioso-filosófico,
estudo religioso-dogmático e mística provocando a mudança de valores pessoais,
a visão de si e do mundo.
Na parte
mística, por causa do processo intuitivo, até mesmo os dogmas são importantes,
verdades absolutas não submetidas ao crivo da lógica ou da razão. É-nos
extremamente difícil absorver esta idéia, e principalmente colocá-la em
prática, no entanto a intuição é fundada no maior “achômetro” do mundo: o de
acreditar em mitos, ilusões passageiras, sonhos, pensamentos que entram no
âmago das emoções, a música é para isto um dos principais recursos por possuir
uma linguagem totalmente distinta das letras para nas quais o pensamento
racional se fundamenta e orienta.
É de grande
valia notar que muitas religiões se aproveitam eficazmente das possibilidades
musicais para uma transcendência do físico ( Racional / Sentimental / Físico )
ao espiritual ( Intuitivo / Transcendental ).
Colocamos
então como modalidades necessárias ao desenvolvimento mediúnico:
Física – Auto flagelação, peregrinação,
penitências, asanas, posturas corporais
Racional – Estudo científico, parapsicológico,
religioso e filosófico
Sentimental – Prática moral-social
Intuitiva – Práticas místicas, estudo religioso
dogmático
Transcendental – Meditação, Contemplação, oblação,
oração
Neste sonho em que eu canto assim
Tão bonito
Tão perfeito
Não há nada que se torne eterno
Beleza surge de um lugar fugaz
Palavras se desvanecem
Que quando proferidas
Passam como passam as águas
De belo e caudaloso rio
Onde abismados notamos
Que não podemos realizar
A vontade de reter conosco
Toda a água límpida
Apenas podemos um pouco sorver
Para momentaneamente nos saciar
E então despertar
Para a sede retornar
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