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- Sobre a liberdade ( Continuação )
Notamos que em
nossas divagações o tema da liberdade torna-se interessante. Pelo motivo de que
tudo está com antecedência existente na forma de círculos ocultos, e de que a
realidade total é perene e comum à todos diríamos que a liberdade é uma falsa
impressão, e que a própria individualidade está inserida num meio harmonioso e
comum.
Liberdade =
Harmonia e realização
A liberdade
não é a fuga de um determinado sistema, mas sim o encontro da harmonia dentro
dele. As pessoas só se sentem reprimidas quando estão atuando de maneira que
entrem em atrito com determinados sistemas ou ambientes.
Entende-se
perfeitamente que a liberdade é o sentimento de realização que Maria Tereza
coloca quando retrata seu sentimento de liberdade na largada ( Entrevista
oitava do cap. 27, do livro “O correr e suas nuanças” ) A liberdade, ou a
sensação de liberdade pode estar inserida dentro de um sistema com limites.
Contanto que haja harmonia e realização. Contanto que não se queira
ultrapassar ou contrariar os limites. Isto é aplicável em qualquer atividade
humana.
Se
considerarmos que a realidade está localizada na mente humana devemos também
afirmar que a liberdade aparente é real para quem a percebe, mas não para a
realidade última. ( Para um sujeito que vê de fora, que possui uma compreensão
mais ampla daquela situação e que por isto nota que mesmo ele sentindo-se livre
que não está livre. )
Para a
realidade última, para os sensitivos que já têm a percepção de cada coisa pelo
todo, é lógico pensar que eles têm total consciência de que a liberdade é
aparente, os sensitivos experimentam a liberdade entendendo-a como harmonia e
não como criação de algo novo ou como sensação desconhecida. No entanto há
ainda uma outra liberdade, que seria em tese a única liberdade na acepção de
algo novo e desconhecido. É a liberdade que se passa no último nível de contato
com a realidade que o ser humano pode ter: o nível transcendental!
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