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- Intuição: Do é ao não é!
Mediante a concepção da existência de um processo intuitivo mediado entre as
potencialidades humanas devemos convir que a percepção total da realidade
pelo “ser” é maior que aquela que julgamos ser, pois nossa capacidade
discursiva e interpretativa é fundamentada na razão; Enquanto os processos
intuitivos estão fora dela, numa porção do ser que pode ser denominada de realidade
da percepção intuitiva, que é parte integrante do ser, e que têm, assim
como o intelecto e a razão, um começo, meio e fim, um objetivo, uma percepção
integral da realidade.
Ou seja: A
intuição não é algo que surge do nada, ao acaso e de repente, mas está
integrada numa idéia abrangente, vasta, completa, com sentido integral. Isto é
claramente demonstrado quando utilizamos nossas capacidades criativas, pois em
geral os processos intuitivos são despertados no ato da criação.
Como pode, no
entanto, algo surgir do nada? A criatividade, surge na verdade, de todo o
acúmulo de conhecimentos e experiências daquele que cria, e, a intuição é uma
das ferramentas de criação mais fortes. Não se pode criar algo que já existe, a
criação é, portanto, sempre algo novo àquele que cria. ( muito ou pouco,
dependendo do nível de criatividade )
O que auxilia
no nível de criatividade é o silêncio ( ver tópico X ); Nota-se com pesar, que
as pessoas em geral se apegam de tal maneira às atividades de movimento
que executam durante toda a vida ( trabalho, passeios, cultura, TV, rádio,
etc... ) que perdem a capacidade de nada fazer, com isto a criatividade
( como no poema: Filósofos já mortos )
O sistema
econômico-político de nossa sociedade aproveita-se deste fator para guiar o
grande contingente da população para o caminho que a minoria de mandatários e
poderosos bem entende, pois aquele que se preocupa com o fazer não têm o
discernimento e a capacidade de refletir de forma criativa, o pior de
tudo é que a própria reflexão sobretudo é transpassada de maneira sutil e
despercebida dos grandes sistemas hierárquicos à toda a sociedade.
Implanta-se na
cabeça das pessoas determinados assuntos, determinadas preocupações, e ainda o
modo específico de refletir-se sobre estes temas, assim além da atividade do
pensamento já ser direcionada há ainda o delineamento de como se procederá esta
atividade, ou seja: no que pensar e como refletir este tema, isto é a poda da
liberdade do pensar humano, fato mais aterrador é que isto se passa de maneira
despercebida, aquele que não sabe que está sendo guiado é o pior ignorante.
Implanta-se na cabeça das pessoas que o “não
fazer nada é pernicioso, retrógrado, coisa de vagabundos, quando na verdade
constitui a maior força potencial e vivencial criativa que uma pessoa pode ter.
Talvez isto tenha se consumado juntamente após o momento que aa mais altas
hierarquias sociais descobriram a eficiência ( em favor de suas instituições ) de
manter um grande contingente populacional não totalmente ignorantes, mas
aqueles que são ignorantes de outra forma: com a “liberdade de pensamento aparente”,
conforme já explicado são o pior tipo de ignorante existente. Assim: a
população, está sempre preocupada pelo que é delineado pelos mandatários, nunca
está desocupada, pois esta forma de liberdade ( liberdade total ) é
supostamente bastante preocupante para quem quer continuar um poderio
ideológico. Com a mente atulhada de tudo nada se pode fazer, a menos que o
sujeito se dê conta de tal. Subentende-se que a criatividade e a intuição
são dependentes do contexto econômico e político do mundo.
O
funcionamento de vivência cultural de nossa sociedade, atualmente, perscruta
caminhos errôneos, já que hoje a cultura se baseia ( fora uma minoria seleta
) exclusivamente no método de
assimilação: o sujeito apenas assimila e não cria. Não cria por causa de toda a
problemática colocada em pauta anteriormente. O sistema de difusão cultural
fundamentando-se apenas na transmissão informativa e na “não transmissão” das ferramentas
e subsídios do ato criativo, ocorre o “mito da caverna de Platão”, que contribui
respectivamente par a manutenção do
mesmo sistema e do “silêncio cultural”por assim dizer, até que alguém perceba o
que ocorre e crie seu próprio movimento cultural, sua cultura pessoal, aliás,
cada pessoa é em potencial um universo cultural infinitamente vasto e
personalizado , o que pode ser expandido
quando ela não se deixa dominar pelo método simplório de assimilação cultural,
ou cultura de consumo.
A
transgressão de normas já estabelecidas
na sociedade ( seja um país, uma cidade ou um grupo de amigos ) leva à uma
diferenciação do sujeito que cria ( transgride ) algo inovador, diferente ou
peculiar quando comparado ao consenso de todo o grupo. Assim, ele não será
entendido pelos outros, a criação
( artística, científica ou ideológica ) traz consigo uma nova concepção do
ato de pensar. Não é, por isto, possível entender o que foi criado através do
sistema antigo. ( Para o criador o que era antigo pode ser visto como
obsoleto ou com uma perspectiva diferente, tornando-se outra coisa ) Assim: a
criação incita um desenvolvimento epistemológico. Na verdade o desenvolvimento
da estratégia do pensamento ( Transformação do pensamento = MII ) foi a causa
da criação, sendo esta por isto considerada uma repercução e não uma causa
primária.
O encontro da verdade
As coisas supérfluas deste mundo
Não mais me convencem
O sentido profundo me imunda
Como uma nova realidade
Profunda e maior
Fazendo com que percebesse
Que até então
Fui enganado
Pelas convidativas ilusões da vida
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