Saturday, November 2, 2024

1 - Intuição: Do é ao não é!

 

1 - Intuição: Do é ao não é!

 

Mediante a concepção da existência  de um processo intuitivo mediado entre as potencialidades humanas devemos convir que a percepção total da realidade pelo “ser” é maior que aquela que julgamos ser, pois nossa capacidade discursiva e interpretativa é fundamentada na razão; Enquanto os processos intuitivos estão fora dela, numa porção do ser que pode ser denominada de realidade da percepção intuitiva, que é parte integrante do ser, e que têm, assim como o intelecto e a razão, um começo, meio e fim, um objetivo, uma percepção integral da realidade.

      Ou seja: A intuição não é algo que surge do nada, ao acaso e de repente, mas está integrada numa idéia abrangente, vasta, completa, com sentido integral. Isto é claramente demonstrado quando utilizamos nossas capacidades criativas, pois em geral os processos intuitivos são despertados no ato da criação.

      Como pode, no entanto, algo surgir do nada? A criatividade, surge na verdade, de todo o acúmulo de conhecimentos e experiências daquele que cria, e, a intuição é uma das ferramentas de criação mais fortes. Não se pode criar algo que já existe, a criação é, portanto, sempre algo novo àquele que cria. ( muito ou pouco, dependendo do nível de criatividade )

      O que auxilia no nível de criatividade é o silêncio ( ver tópico X ); Nota-se com pesar, que as pessoas em geral se apegam de tal maneira às atividades de movimento que executam durante toda a vida ( trabalho, passeios, cultura, TV, rádio, etc... ) que perdem a capacidade de nada fazer, com isto a criatividade ( como no poema: Filósofos já mortos )

      O sistema econômico-político de nossa sociedade aproveita-se deste fator para guiar o grande contingente da população para o caminho que a minoria de mandatários e poderosos bem entende, pois aquele que se preocupa com o fazer não têm o discernimento e a capacidade de refletir de forma criativa, o pior de tudo é que a própria reflexão sobretudo é transpassada de maneira sutil e despercebida dos grandes sistemas hierárquicos à toda a sociedade.

      Implanta-se na cabeça das pessoas determinados assuntos, determinadas preocupações, e ainda o modo específico de refletir-se sobre estes temas, assim além da atividade do pensamento já ser direcionada há ainda o delineamento de como se procederá esta atividade, ou seja: no que pensar e como refletir este tema, isto é a poda da liberdade do pensar humano, fato mais aterrador é que isto se passa de maneira despercebida, aquele que não sabe que está sendo guiado é o pior ignorante.

      Implanta-se na cabeça das pessoas que o “não fazer nada é pernicioso, retrógrado, coisa de vagabundos, quando na verdade constitui a maior força potencial e vivencial criativa que uma pessoa pode ter. Talvez isto tenha se consumado juntamente após o momento que aa mais altas hierarquias sociais descobriram a eficiência ( em favor de suas instituições ) de manter um grande contingente populacional não totalmente ignorantes, mas aqueles que são ignorantes de outra forma: com a “liberdade de pensamento aparente”, conforme já explicado são o pior tipo de ignorante existente. Assim: a população, está sempre preocupada pelo que é delineado pelos mandatários, nunca está desocupada, pois esta forma de liberdade ( liberdade total ) é supostamente bastante preocupante para quem quer continuar um poderio ideológico. Com a mente atulhada de tudo nada se pode fazer, a menos que o sujeito se dê conta de tal. Subentende-se que a criatividade e a intuição são dependentes do contexto econômico e político do mundo.

      O funcionamento de vivência cultural de nossa sociedade, atualmente, perscruta caminhos errôneos, já que hoje a cultura se baseia ( fora uma minoria seleta )  exclusivamente no método de assimilação: o sujeito apenas assimila e não cria. Não cria por causa de toda a problemática colocada em pauta anteriormente. O sistema de difusão cultural fundamentando-se apenas na transmissão informativa e na “não transmissão” das ferramentas e subsídios do ato criativo, ocorre o “mito da caverna de Platão”, que contribui respectivamente par a  manutenção do mesmo sistema e do “silêncio cultural”por assim dizer, até que alguém perceba o que ocorre e crie seu próprio movimento cultural, sua cultura pessoal, aliás, cada pessoa é em potencial um universo cultural infinitamente vasto e personalizado   , o que pode ser expandido quando ela não se deixa dominar pelo método simplório de assimilação cultural, ou cultura de consumo.

      A transgressão  de normas já estabelecidas na sociedade ( seja um país, uma cidade ou um grupo de amigos ) leva à uma diferenciação do sujeito que cria ( transgride ) algo inovador, diferente ou peculiar quando comparado ao consenso de todo o grupo. Assim, ele não será entendido pelos outros,  a criação ( artística, científica ou ideológica ) traz consigo uma nova concepção do ato de pensar. Não é, por isto, possível entender o que foi criado através do sistema antigo. ( Para o criador o que era antigo pode ser visto como obsoleto ou com uma perspectiva diferente, tornando-se outra coisa ) Assim: a criação incita um desenvolvimento epistemológico. Na verdade o desenvolvimento da estratégia do pensamento ( Transformação do pensamento = MII ) foi a causa da criação, sendo esta por isto considerada uma repercução e não uma causa primária.

 

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